"...I would like
to mature my youth without ever losing the innocence of a child"
Mónica Amaral [2004]
This
is part of a series of posts inspired by real life people around me that at
some point touched me with their words. For more information on this project
click here
The day started like any other. In the calendar
nothing that anticipated something out of the ordinary. I woke up and followed
my routine. I remember leaving the house thinking “One more day, less than two weeks to go”. I wasn't having a bad
day, I wasn't particularly tired, but I wasn't drunk on excitement either. It
was just supposed to be a normal day.
They were already waiting for us when we
arrived, sitting quietly, their little eyes fixed on us the moment we walked through the door. It was just supposed to be a normal day, but then the
activities started and they came… the
children.
It was just supposed to be a normal day… and
then I felt it, something inside. At first it was brief, barely noticeable, so
I ignored it, but then it happened again… and again. A chill going through my
body, a warm feeling inside.
I felt it when they wrapped their tiny arms
around my thighs. I felt it when I kissed better the boo-boo on his finger, I felt it when I picked her up in my arms,
when she cuddle close and hers tears stopped.
I forget important things sometimes. Sometimes
I do get lost in my own head and my goals. Somedays I can’t seem to remember
why I do what I do. But then days like
this happen, and it all comes back to me. And it’s such a cliché, I know it is,
and I’m not painting the perfect picture, because it’s hard work, it’s not
always easy, they are not always warm… but when they are, when it works…
nothing compares. And I forget it sometimes, I don’t know how because it feels
so right, but I do.
It’s one of the things I fear with this
lifestyle… that I grow colder, unattached. I’m not the warmest person to start
with and the jumping around… I know that for some people doesn’t really matter,
that they do it for the fun of the activities, but for me the individual
connection is important. I don’t want to get to a point where everything
becomes so old that I don’t even see the kids anymore. I want to see them! I
need to see them!
I need them to remind me of the times when
laugh came easily, magic doors could transport me anywhere and miraculous hugs
made the monsters under the bed go away.
I don’t wish I could go back in time, I don’t
want to unlive. I’ve learned so much
along the way, maturity does help to cope with a simultaneity of emotions, so I
can’t regret that… but somehow I wish I could keep the same innocence.
I miss being unafraid, living in the moment. I
miss being able to believe that love never dies, I miss being able to believe I
can run the world, I miss being able to believe in imaginary friends, I miss
being able to… just believe.
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”…Gostava de amadurecer a minha juventude sem nunca perder a inocência
de uma criança”
Mónica Amaral [2004]
Este
texto faz parte de uma série de publicações inspiradas por pessoas reais à
minha volta, que em algum momento me tocaram com as suas palavras. Mais
informações sobre este projecto aqui
O dia começou como qualquer
outro. No horário nada que antecipasse que algo de extraordinário ia acontecer.
Acordei e segui a minha rotina. Lembro-me de sair de casa e pensar “Mais um dia, já falta menos de duas
semanas”. Não estava a ter um dia mau, não estava particularmente cansada,
mas também não estava propriamente a pular de entusiasmo. Era suposto ser
apenas um dia normal.
Elas já estavam à nossa espera quando chegámos, sossegadas, os seus
pequenos olhos fixados em nós assim que atravessámos a porta. Era suposto ser
apenas um dia normal, mas depois as actividades começaram e elas vieram… as crianças.
Era suposto ser apenas um dia
normal…. E de repente senti alguma coisa cá dentro. Primeiro brevemente, quase
imperceptível, por isso ignorei, mas depois aconteceu outra vez… e mais uma. Um
arrepio que me percorria o corpo todo, uma sensação de conforto cá dentro.
Senti-o quando abraçaram as
minhas coxas com os seus pequenos braços. Senti-o quando beijei o dói-dói no seu dedo, senti-o quando a
peguei ao colo, quando apertou o seu corpo contra o meu e as lágrimas pararam
de cair.
Às vezes esqueço-me de coisas
importantes. Às vezes perco-me na minha cabeça, nos meus objectivos. Há dias em
que parece que não me consigo lembrar porque faço o que faço. Mas depois dias
como este acontecem e tudo faz sentido novamente. É um cliché, eu sei, e não
estou a tentar pintar o quadro perfeito, porque é um trabalho difícil, nem tudo
são rosas, elas nem sempre são
carinhosas… mas quando são, quando funciona… nada se compara. E eu às vezes
esqueço-me, não sei como, porque é um sentimento tão bom, mas esqueço.
É um dos receios que tenho com
este estilo de vida… que me torne mais fria, desapegada. Já não sou uma pessoa
muito calorosa por natureza e estas mudanças de um lado para o outro… sei que
para algumas pessoas isso não é importante, que fazem o que fazem pela diversão
e pelas actividades em si, mas para mim o contacto pessoal é importante. Não
quero chegar ao ponto em que tudo é tão rotineiro que já nem vejo as crianças.
Quero vê-las! Preciso de vê-las!
Preciso que me lembrem dos tempos
em que o riso vinha facilmente, portas mágicas me transportavam para outros
mundos e abraços milagrosos faziam os monstros debaixo da cama desaparecer.
Não desejo voltar atrás no tempo,
não quero apagar o que vivi. Aprendi tanto ao longo do caminho, a maturidade
realmente ajuda a aceitar uma simultaneidade de emoções, e não me arrependo
disso… mas gostava de poder manter a mesma inocência.
Tenho saudades de ser destemida,
de viver no momento. Tenho saudades de acreditar que o amor nunca morre, tenho
saudades de acreditar que posso mudar o mundo, tenho saudades de acreditar em
amigos imaginários, tenho saudades de… simplesmente acreditar.
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