Friday, August 30, 2013

Pessoa Deficiente vs Pessoa portadora de deficiência


Parecem cada vez mais comuns estes jogos de palavras, a atenção que por vezes se dá a cada detalhe. Confesso que a análise exagerada me incomoda, e que creio que por vezes se criam problemas onde não existem, mas este caso parece-me de alguma forma diferente.

Numa altura em que cada vez mais as pessoas se preocupam com o que é “politicamente correcto” são cada vez mais raras expressões que outrora eram comuns por serem consideradas agora impróprias ou ofensivas. Concordo com algumas das mudanças, sinal de evolução, outras confesso achar excesso de preciosismo. Continuo a acreditar que muitas vezes, mais do que as palavras que usamos importa a intenção com que as usamos, ainda assim as palavras proferidas são importantes e por isso importa por vezes tirar algum tempo para reflectir sobre elas.

É muito comum ouvir falar de pessoas deficientes, apesar de haver já vozes que se fazem ouvir sugerindo ao invés a expressão “pessoa portadora de deficiência”. À primeira vista a diferença pode não parecer muita, modernices, dirão algumas pessoas. Não considero a expressão “pessoa deficiente” necessariamente ofensiva ou sequer pejorativa, mas então porquê começar a utilizar a expressão “pessoa portadora de deficiência”? Não é a mesma coisa, alguém perguntava no outro dia? E a verdade é que para mim é aí que está a diferença. Para mim o facto de falar de “pessoa portadora de deficiência” em vez de “pessoa deficiente” não é uma questão de ser mais educado ou socialmente aceite, para mim é realmente importante pois são expressões com dois significados distintos.

Ainda que muitos já não utilizem o termo deficiente de forma depreciativa e pejorativa, dizer que uma pessoa é deficiente é reduzir a sua existência à deficiência quando, não só isso não é verdade, como muitas vezes não é também o que tencionamos dizer. A deficiência é parte integrante de uma pessoa e representa certamente um papel na sua identidade, mas não a define. A expressão “pessoa deficiente” é limitativa. Ainda que não seja utilizada com essa intenção, a pessoa a quem se dirige ouve repetidamente que é deficiente, quando é tão mais do que isso.

A pessoa portadora de deficiência tem, como todos nós, imensas capacidades e características que no seu conjunto a tornam na pessoa que é. Definir uma pessoa como deficiente é focarmo-nos apenas num desses traços. As palavras repetidas, ouvidas desde a infância e ao longo dos anos, têm um forte impacto na forma como criamos uma representação de quem somos, por isso considerar importante que não propaguemos a ideia de que uma pessoa é deficiente.

É mais simples dizer que alguém é deficiente do que utilizar a expressão “pessoa portadora de deficiência”, confesso que ainda cometo esse erro algumas vezes, mas pessoalmente é algo que procuro corrigir. Não por uma questão de ser mais aceite, mas por acreditar no poder das palavras e querer usá-las com o rigor que as ideias que quero transmitir merecem.


Tuesday, August 27, 2013

Be more, be better/Sê mais, sê melhor

Nota: Versão portuguesa mais abaixo

Be more, be better*

I find it so sad when people put other people down for no other reason than to make themselves bigger.
It’s impossible to like everyone that crosses your path during a lifetime, but I find that a lot of times people don’t even give eachother a chance.
A lot of times it seems easier or more pleasurable to jump into conclusions and assume the worst in people, and though I’m not the naïve girl I was once, I don’t think that’s the way to go.
It’s tricky at times, it’s easy to follow the crowd. When you are in a conversation and someone makes a snarky comment about someone it is tempting not to follow their lead. It’s easier to agree than to make a stand, it’s easier to say something mean and maybe even make people laugh, but where does it takes us?
Words are powerful tools, though I think a lot of people are yet to understand that. Mean things are things that need to be said, but do they really need to be said as often as they are heard?
It’s hard to change people’s habits, especially when most times they won’t even see what they’re doing, but instead of trying to change the world, maybe we should focus on ourselves first. And we shouldn’t change simply because it’s better for others, but because it’s better for us too. Negative thoughts make you sour. If you keep looking for the bad in people you will eventually find it, but that will only have a negative impact in your life.
So maybe it’s worth it to try a different approach. This is not to say we should blindly believe in everything we hear, but maybe we should think for two seconds before opening our mouths to dish someone. Maybe by changing our own attitude towards people we can change the way they act towards us also.
We tend to get tougher when we grow up, but in the process we also lose the simplicity and purity we once had. It’s not easy to balance both, ideals get blur, people change, nothing stays the same, but to ground yourself there’s really only one question you need to ask: The child that you once were, would she be proud of the person you became?



Sê mais, sê melhor*

Acho tão triste quando as pessoas se deitam abaixo sem qualquer outra razão que não seja ficar na mó de cima. 
É impossível gostar de toda a gente que cruza o nosso caminho durante a vida, mas penso que muitas vezes as pessoas nem sequer dão uma chance umas às outras. 
Muitas vezes parece mais fácil, ou mais agradável, assumir o pior das pessoas, e embora não seja a rapariga ingénua que uma vez fui, não acho que esse seja o melhor caminho. 
É fácil seguir a multidão. Quando estamos numa conversa e alguém faz um comentário sarcástico sobre outra pessoa, é tentador não seguir o exemplo. É mais fácil concordar do que para tomar uma posição, é mais fácil dizer algo com maldade que talvez até vá causar umas gargalhadas do que ir contra a maré, mas onde é que isso nos leva?
As palavras são ferramentas poderosas, embora muita gente ainda não se tenha apercebido disso. Comentários negativos são coisas que precisam ser ditas, mas será que precisam de ser ouvidos com tanta frequência como são usados? 
É difícil mudar os hábitos das pessoas, especialmente quando a maioria das vezes elas nem se apercebem do que estão a fazer, mas em vez de tentar mudar o mundo, talvez devêssemos concentrarmo-nos primeiro em nós mesmos. E a mudança não deve ser feita apenas porque é o melhor para os outros, mas porque terá efeitos positivos também na nossa pessoa. Os pensamentos negativos tornam-nos amargos. Se continuarrmos a procurar o lado negativo nas pessoas iremos encontrá-lo, mas isso terá um impacto negativo na nossa vida. 
Talvez por isso, valha a pena tentar uma abordagem diferente. Não quero com isto dizer que devemos acreditar cegamente em tudo o que ouvimos, mas talvez devêssemos pensar dois segundos antes de abrirmos a boca para falar mal de alguém. Talvez mudando a nossa atitude para com as pessoas poderemos mudar a maneira como agem connosco. 
Quando crescemos ficamos mais resistentes, mas no processo também perdemos a simplicidade e a pureza que tínhamos no passado. Não é fácil encontrar um equilíbrio, os ideais desvanecem-se, as pessoas mudam, nada permanece igual, mas para mantermos os pés bem assentes na terra há apenas uma pergunta que deves fazer: A criança que uma vez foste, estaria ela orgulhosa da pessoa que te tornaste? 


*Prompt by/Inspirado por:

''The child that you were, would be proud of who you are today?/A criança que foste, estaria orgulhosa da pessoa que és hoje?” (by Anonymous, shared by Inês Rebelo)

"People looking for reasons to dislike another are Always going to find their proof. Same goes for Loving/Pessoas que procuram razões para desgostar de outras vão sempre encontrar as suas provas. O mesmo se passa com o amor” (by Stana Katic)

Monday, August 05, 2013

Facts about growing up

When did it all change?
When did people stop caring?
When did personal interests become more important than standing up for the ones you love?
When did it become so hard?
When did you start to have to look over your shoulder?
When did the ones who were supposed to protect you become your enemies?
When did it become so hard to set the line between right and wrong?

And where does it all end?