Friday, April 10, 2020

You only get one chance to make a first impression / Só tens uma hipótese de criar uma primeira impressão (Day 19)


Note 1: While being quarantine, in an effort to try to prevent my brain to turn into mush I'll try to complete a 30 Day writing challenge. Each day I'll get a prompt about which I should write.

Nota 2: versão portuguesa mais abaixo.


A friend suggested this topic after she learned that it takes 4 minutes for a person to form an impression about someone they just met.

For a lot of us it may even take less than that. How many times have we made assumptions about a person just from a far, without ever even hear them say a word? It happens every day. We can be more or less conscious about it, we can be aware that it doesn’t make sense and try to keep an open mind, but the reality is, as soon as you lay your eyes on someone you form an opinion.

First impressions are based on what’s on the surface, so things like age, race, gender, culture, language, physical traits, posture, voice, interaction with others, are some of the characteristics that our brain quickly tries to process in a first encounter.

These visual cues are visible to everyone, however, when introduced to two different people at the same time, one person can create two very different first impressions. Why?

The reason this happens is because our first impressions are highly influenced by our stereotypes and our previous experiences. A lot of the times, the opinion we project on someone we just met has little to do with them and much more to do with someone from our past that somehow (and probably unconscientiously) reminded us of them, or with social/cultural bias.

Back in the day, these first impressions might have been crucial for survival, and to some degree, they might still be useful today, the problem is how accurate are them?

The odds are that you had a teacher you used to hate and by the end of the school year was your favorite, a co-worker that drove you crazy and later became your closest confident, a team mate you couldn’t stand and became a friend. The reverse is probably also true, at some point you probably met someone you were quick to click and assumed you’d always been close and later figured out you were wrong.

The reason why first impressions are inaccurate is because they are influenced by too many variables - a person can be having a bad day, can be uncomfortable in that setting, can be tired, can be hurt, or mad… it could even just be a trait of their personalities, some people just don’t make good impressions. In fact, our first impressions don’t just depend on the other person’s actions, they’re also strongly influenced by our mood, our perspective and our standards.

If all of this is true, do first impressions really matter?

I’d argue that they do, to some degree, but they do, mainly for 2 reasons.

The first is, instincts matter, if something seems off about someone, there’s nothing wrong in keeping our guard up for a while, at least until we can vet our suspicious. Our brain observes and processes information that sometimes we don’t even realize, so if it’s sending out an alert signal, we must hear.

The second reason why I think first impressions matter is because they do carry a lot of weight, which for some people it may mean they will not even give you chance to prove they’re are wrong, or even if they apparently do, those first impressions may create huge obstacles to overcome in the relationship.

When talking about first impressions most people focuses on themselves – what image they want to project, how they want people to see them, how they can influence or somehow control that first impression. I see it from a different perspective… We are who we are, and, if given a chance, sooner or later people will see our true colors, so I personally find more interesting scrutinize my assumptions of people. Am I basing the opinion on what I’m seeing/hearing, or am I basing it on prejudice? Am I’m actually giving a shot to this person, or have I decided what I think of them before they even opened their mouths? If so, what is it about them that instinctively stirred me that way?


First impressions matter, but they are not definitive, it’s up to us to keep an open mind and be willing to do deeper, because if we base our relationships on first impressions alone we may be losing a lot of great connections that simply take longer time to develop. 



Só tens uma hipótese de criar uma primeira impressão

Nota 3: Enquanto estou em quarenta, e numa tentativa de impedir que o meu cérebro se transforme em papa vou tentar completar um desafio de escrita de 30 dias. Cada dia terá um tópico sobre o qual deverei escrever.


Uma amiga sugeriu-me este tema depois de uma aula onde aprendeu que demoramos cerca de 4 minutos a formar uma opinião sobre uma pessoa que acabámos de conhecer.

Para muitos de nós talvez demore menos tempo ainda. Quantas vezes é que damos palpites sobre alguém à distância, sem sequer nunca os termos ouvido falar? Acontece todos os dias. Podemos fazê-lo de forma mais ou menos consciente, podemos ter noção que isso não faz sentido e tentar contrariá-lo, mas a verdade é que assim que pomos os olhos em alguém começamos a formar uma opinião.

As primeiras impressões são baseadas no que está à superfície, por isso, aspectos como a idade, etnia, género, cultura, linguagem, aparência, postura, voz, interação com os outros, são algumas das características que o nosso cérebro processa rapidamente num primeiro encontro.

Estas pistas visuais são acessíveis a todos, no entanto, quando apresentada a duas pessoas em simultâneo, uma pessoa pode causar duas primeiras impressões muito diferentes. Porquê?

A razão pela qual isto acontece é porque as nossas primeiras impressões são fortemente influenciadas pelos nossos estereótipos e pelas nossas experiências. Muitas vezes, a opinião que projectamos em alguém que acabámos de conhecer têm pouco a ver com essa pessoa, e mais tendências sociais/culturais e/ou com alguém do nosso passado de quem ela (ainda que inconscientemente) nos faz lembrar.

No passado, estas primeiras impressões podem ter tido um papel fundamental para a sobrevivência, e até certo ponto, hoje em dia ainda têm a sua utilidade, o problema é saber qual é a sua precisão.

O mais provável é já teres tido um professor que odiavas no início do ano lectivo e que se tornou no teu preferido, um colega de trabalho que achavas impossível e que se tornou num confidente, um colega de equipa que não toleravas e que se tornou no teu melhor amigo. O contrário provavelmente também já aconteceu, em algum momento provavelmente também já conheceste alguém com quem tiveste uma empatia imediata e presumiste que seriam sempre próximos e mais tarde descobriste estar errado.

As primeiras impressões são pouco precisas porque são influenciadas por demasiadas variáveis – a pessoa pode estar num dia mau, pode estar desconfortável no local onde se encontra, pode estar cansada, triste, zangada… - pode até ser simplesmente um traço da sua personalidade, há pessoas que tendencialmente não causam boas impressões. Para além disso, as primeiras impressões não dependem apenas das ações da outra pessoa, são também fortemente influenciadas pelo nosso estado de espírito, pela nossa perspectiva e pelos nossos padrões.

Se tudo isto é verdade, será que as primeiras impressões têm importância?

Eu acho que sim… até certo ponto, mas acho que sim, essencialmente por duas razões.

A primeira é que os nossos instintos têm um papel importante. Se nos parece haver algo de errado com determinada pessoa, ainda que não saibamos bem o quê, não há problema nenhum em nos mantermos em alerta, pelo menos até conseguirmos refutar as nossas suspeitas. O nosso cérebro processa informação que às vezes nem temos consciência, e se nos manda um sinal de alerta, devemos ouvi-lo.

A segunda razão pela qual acredito que as primeiras impressões importam é porque, pertinentes ou não, a verdade é que têm um peso significativo, o que pode significar que a pessoa não vai ter o benefício da dúvida, não lhe vai ser dada uma segunda chance, ou que ainda que tenha uma segunda chance, essas primeiras impressões vão ser um obstáculo difícil de ultrapassar na relação.

Quando falamos de primeiras impressões as pessoas normalmente focam-se nelas mesmas – que imagem querem passar, como querem ser vistas, como podem influenciar ou de alguma forma controlar a impressão que vão causar na outra pessoa, etc. Eu vejo as coisas de outra perspectiva… Somos quem somos e, se nos for dada a oportunidade, o resto do mundo vai ver isso, por isso pessoalmente acho mais interessante escrutinar as minhas suposições. Estou a basear a minha opinião no que estou a ver/ouvir, ou estou a baseá-la em preconceitos? Estou a dar uma oportunidade à pessoa de a conhecer, ou já decidi o que penso dela antes que abrisse a boca? E se o fiz, que traços é que observei que me levaram por esse caminho?

As primeiras impressões têm a sua importância, mas cabe-nos a nós ter um papel crítico, manter uma mente aberta e estar dispostos a explorar mais aprofundadamente, porque se definirmos as nossas relações com base apenas em primeiras impressões podemos estar a desperdiçar relações muito interessantes que simplesmente demoram mais tempo a florescer.

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