Friday, April 10, 2020

Does instant connectivity (internet and social networks) bring people together or push them apart? / A comunicação instantânea (internet e redes sociais) aproximam ou afastam as pessoas? (Day 18)


Note 1: While being quarantine, in an effort to try to prevent my brain to turn into mush I'll try to complete a 30 Day writing challenge. Each day I'll get a prompt about which I should write.

Nota 2: versão portuguesa mais abaixo.


In the very unique situation that we are living nowadays (Covid 19 / social distancing), it’s clear that having access to a wide variety of technological tools has been a great way to help people stay at home and remain in contact with their loved ones. However, this is a question that has been debated for a long time…

I understand the worries people share about instant connectivity being damaging for human interaction, and although people often have theses worries about young people, more and more we see the exact same behavior (if not worse) from adults. We’ve all been at a dinner party where everyone is on their phones and no one is actually looking at each other, we all know people who have 3000 friends on Facebook, but in their everyday life actually feel alone, we all have friends that have dozens of group chats where they share emojis or GIFS, but where rarely have any actually conversations… The list goes on and on.  So yes, I do agree that is quite easy to fall into the illusion of being close to people where in reality we are just consuming an insane amount of information (mostly images) of perfectly lives, that little or nothing represent real life.

There’re a lot of arguments against internet - peer pressure, cyber bullying, withdrawal from the real world, unrealistic life goals - and they’re all valid, it all depends on how you use it.

I grew up in a nuclear family of 6. I’ve lived in the USA for a year, in Poland for another year, and even for a few months in Mozambique. My little sister has been leaving in the UK for the past 6 years, my dad moved to Mozambique in 2011, there were times when the six of us were dispersed between 3 different continents, and it took us a few years to manage to get everyone under the same roof for Christmas.

My dearest aunt lives in New Jersey, the lady that “adopted” me during my EVS is still in Poland, I have a few of my kids in Boston, some in Minsk Mazowiecki and a few more in Maputo. My godfather lives in Ireland and until a couple of weeks ago my goddaughter was living in India (thinking about moving to Australia). My oldest friend lives more than 100 km away from me and I have special friends scattered all over the globe.  

I used to write postcards and letters when I was younger (I still do), but not everyone had the time or patience to reply. Today I have 14 years old friendships that started with a random meeting at an airport. Nowadays I witness my friends’ kids growing up despite them living oceans away. And in this pandemic and social distancing time, I get to have “virtual” lunch with over 30 of my family members every Sunday. None of those things would be possible without internet, without this instant connection.

Maybe it’s different for people who have their core friends/family in one place, but for me there’s no doubt that the good outweighs the bad. I keep wishing I could bring all my people together in one place, which I know will never happen, but the way I cope with missing those who are apart is knowing they’re always at reach.


It’s important to be in the moment, to engage with direct human contact whenever possible, because if there’s one thing that internet still can’t provide is the comfort of a touch, however, when physical distance can’t be denied, there’re a lot of ways one can use instant connectivity to still feel deeply close to others.  



A comunicação instantânea (internet e redes sociais) aproximam ou afastam as pessoas?



Nota 3: Enquanto estou em quarenta, e numa tentativa de impedir que o meu cérebro se transforme em papa vou tentar completar um desafio de escrita de 30 dias. Cada dia terá um tópico sobre o qual deverei escrever.


Nesta situação única que vivemos agora (Covid 19 e isolamento social), é inegável que a internet tem sido uma ferramenta muito importante para ajudar a manter as pessoas em casa e em contacto com os seus entes queridos. No entanto, esta é uma discussão que já vem a ser tida há muito tempo…

Percebo as preocupações que algumas pessoas partilham sobre as “comunicações instantâneas” poderem ser uma ameaça às relações humanas. Frequentemente vemos pessoas perdidas nos ecrãs, e este comportamento, ao contrário do que se pensa, não é visível só nos jovens, mas também, e cada vez mais nos adultos.

Todos nós já estivemos num jantar onde de repente toda a gente está agarrado ao telemóvel e ninguém está a olhar para ninguém, todos nós conhecemos pessoas que têm 3000 amigos no Facebook e na verdade se sentem sozinhos, todos nós temos aquele aquilo que tem 20 conversas de grupo onde se trocam emojis ou GIFs, mas onde nunca há uma conversa com conteúdo… A lista é infinita. Por isso, concordo que é fácil cair na ilusão de que estamos mais próximos dos outros, quando na verdade estamos apenas a consumir uma inacreditável quantidade de informação (muitas vezes imagens) de vidas perfeitas que em pouco correspondem à realidade.

Há muitos argumentos sobre os males da internet – pressão dos pares, cyber bullying, afastamento do mundo real, objetivos de vida irreais, etc – e todos eles são válidos. Tudo depende do modo como a internet é utilizada.

Cresci numa família nuclear com 6 elementos. Vivi nos EUA por um ano, passei outro ano na Polónia, e ainda uma temporada de uns meses em Moçambique. A minha irmã mais nova está a viver em Inglaterra há 6 anos, o meu pai em Moçambique desde 2011, houve tempos em que entre nós os 6 ocupávamos pelo menos 3 continentes, e foi preciso muita ginástica para voltarmos a conseguir passar o Natal todos juntos.

Uma das minhas tias mais chegadas vive em New Jersey, a senhora que me “adoptou” durante o meu SVE mantém-se na Polónia, os meus miúdos, uns estão por Boston, outros em Minsk Mazowiecki e uns quantos em Maputo. O meu padrinho vive na Irlanda, e até há umas semanas a minha afilhada estava a viver na Índia (a considerar mudar-se para a Austrália). A minha amiga mais antiga vive a mais de 100 Km de distância da minha casa e tenho amigos especiais espalhados pelo mundo fora.

Quando era miúda costumava escrever cartas e postais (ainda o faço), mas nem toda a gente tinha tempo ou paciência para responder. Hoje em dia tenho amizades que duram há mais de 14 anos e que começaram num encontro aleatório num aeroporto. Hoje em dia acompanho o crescimento dos filhos dos meus amigos apesar de viverem a oceanos de distância de mim e, em tempos de pandemia e distanciamento social, todos os domingos tenho um “almoço virtual” com mais de 30 elementos da minha família. Nada disso seria possível sem a internet, sem esta “comunicação instantânea”.

Talvez a experiência daqueles que têm os seus amigos e família todos juntos numa só cidade/país seja diferente, mas para mim não há dúvidas que os benefícios são superiores aos riscos. Continuo a desejar um dia conseguir juntar todas as minhas pessoas num só sítio, mas sei que isso não vai acontecer, o que me consola é saber que estão sempre ao meu alcance.


É importante viver no momento, aproveitar o contacto humano sempre que possível, porque se há coisa que a internet ainda não nos consegue dar é o conforto do toque humano, mas, sempre que a distância física não possa ser contrariada, há muitas formas de utilizar a internet para nos sentirmos próximos dos outros. 








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