Note 1: While being quarantine, in an effort to try to prevent my brain to turn into mush I'll try to complete a 30 Day writing challenge. Each day I'll get a prompt about which I should write.
Nota 2: versão portuguesa mais abaixo.
In the very unique situation that
we are living nowadays (Covid 19 / social distancing), it’s clear that having access
to a wide variety of technological tools has been a great way to help people stay
at home and remain in contact with their loved ones. However, this is a
question that has been debated for a long time…
I understand the worries people
share about instant connectivity being damaging for human interaction, and
although people often have theses worries about young people, more and more we
see the exact same behavior (if not worse) from adults. We’ve all been at a
dinner party where everyone is on their phones and no one is actually looking
at each other, we all know people who have 3000 friends on Facebook, but in
their everyday life actually feel alone, we all have friends that have dozens
of group chats where they share emojis or GIFS, but where rarely have any
actually conversations… The list goes on and on. So yes, I do agree that is quite easy to fall
into the illusion of being close to people where in reality we are just
consuming an insane amount of information (mostly images) of perfectly lives,
that little or nothing represent real life.
There’re a lot of arguments
against internet - peer pressure, cyber bullying, withdrawal from the real world,
unrealistic life goals - and they’re all valid, it all depends on how you use
it.
I grew up in a nuclear family of
6. I’ve lived in the USA for a year, in Poland for another year, and even for a
few months in Mozambique. My little sister has been leaving in the UK for the
past 6 years, my dad moved to Mozambique in 2011, there were times when the six
of us were dispersed between 3 different continents, and it took us a few years
to manage to get everyone under the same roof for Christmas.
My dearest aunt lives in New
Jersey, the lady that “adopted” me during my EVS is still in Poland, I have a
few of my kids in Boston, some in Minsk Mazowiecki and a few more in Maputo. My
godfather lives in Ireland and until a couple of weeks ago my goddaughter was
living in India (thinking about moving to Australia). My oldest friend lives
more than 100 km away from me and I have special friends scattered all over the
globe.
I used to write postcards and
letters when I was younger (I still do), but not everyone had the time or
patience to reply. Today I have 14 years old friendships that started with a random
meeting at an airport. Nowadays I witness my friends’ kids growing up despite
them living oceans away. And in this pandemic and social distancing time, I get
to have “virtual” lunch with over 30 of my family members every Sunday. None of
those things would be possible without internet, without this instant
connection.
Maybe it’s different for people
who have their core friends/family in one place, but for me there’s no doubt
that the good outweighs the bad. I keep wishing I could bring all my people together
in one place, which I know will never happen, but the way I cope with missing
those who are apart is knowing they’re always at reach.
It’s important to be in the
moment, to engage with direct human contact whenever possible, because if there’s
one thing that internet still can’t provide is the comfort of a touch, however,
when physical distance can’t be denied, there’re a lot of ways one can use instant
connectivity to still feel deeply close to others.
A comunicação instantânea (internet e redes sociais) aproximam ou afastam as pessoas?
Nota 3: Enquanto estou em quarenta, e numa tentativa de impedir que o meu cérebro se transforme em papa vou tentar completar um desafio de escrita de 30 dias. Cada dia terá um tópico sobre o qual deverei escrever.
Nesta situação única que vivemos agora (Covid 19 e isolamento social), é
inegável que a internet tem sido uma ferramenta muito importante para ajudar a
manter as pessoas em casa e em contacto com os seus entes queridos. No entanto,
esta é uma discussão que já vem a ser tida há muito tempo…
Percebo as preocupações que algumas pessoas partilham sobre as “comunicações
instantâneas” poderem ser uma ameaça às relações humanas. Frequentemente vemos pessoas
perdidas nos ecrãs, e este comportamento, ao contrário do que se pensa, não é
visível só nos jovens, mas também, e cada vez mais nos adultos.
Todos nós já estivemos num jantar onde de repente toda a gente está
agarrado ao telemóvel e ninguém está a olhar para ninguém, todos nós conhecemos
pessoas que têm 3000 amigos no Facebook e na verdade se sentem sozinhos, todos
nós temos aquele aquilo que tem 20 conversas de grupo onde se trocam emojis ou
GIFs, mas onde nunca há uma conversa com conteúdo… A lista é infinita. Por
isso, concordo que é fácil cair na ilusão de que estamos mais próximos dos
outros, quando na verdade estamos apenas a consumir uma inacreditável
quantidade de informação (muitas vezes imagens) de vidas perfeitas que em pouco
correspondem à realidade.
Há muitos argumentos sobre os males da internet – pressão dos pares, cyber
bullying, afastamento do mundo real, objetivos de vida irreais, etc – e todos
eles são válidos. Tudo depende do modo como a internet é utilizada.
Cresci numa família nuclear com 6 elementos. Vivi nos EUA por um ano,
passei outro ano na Polónia, e ainda uma temporada de uns meses em Moçambique. A
minha irmã mais nova está a viver em Inglaterra há 6 anos, o meu pai em Moçambique
desde 2011, houve tempos em que entre nós os 6 ocupávamos pelo menos 3
continentes, e foi preciso muita ginástica para voltarmos a conseguir passar o
Natal todos juntos.
Uma das minhas tias mais chegadas vive em New Jersey, a senhora que me “adoptou”
durante o meu SVE mantém-se na Polónia, os meus miúdos, uns estão por Boston,
outros em Minsk Mazowiecki e uns quantos em Maputo. O meu padrinho vive na Irlanda,
e até há umas semanas a minha afilhada estava a viver na Índia (a considerar
mudar-se para a Austrália). A minha amiga mais antiga vive a mais de 100 Km de
distância da minha casa e tenho amigos especiais espalhados pelo mundo fora.
Quando era miúda costumava escrever cartas e postais (ainda o faço), mas
nem toda a gente tinha tempo ou paciência para responder. Hoje em dia tenho
amizades que duram há mais de 14 anos e que começaram num encontro aleatório
num aeroporto. Hoje em dia acompanho o crescimento dos filhos dos meus amigos
apesar de viverem a oceanos de distância de mim e, em tempos de pandemia e
distanciamento social, todos os domingos tenho um “almoço virtual” com mais de 30
elementos da minha família. Nada disso seria possível sem a internet, sem esta “comunicação
instantânea”.
Talvez a experiência daqueles que têm os seus amigos e família todos juntos
numa só cidade/país seja diferente, mas para mim não há dúvidas que os benefícios
são superiores aos riscos. Continuo a desejar um dia conseguir juntar todas as minhas
pessoas num só sítio, mas sei que isso não vai acontecer, o que me consola é
saber que estão sempre ao meu alcance.
É importante viver no momento, aproveitar o contacto humano sempre que
possível, porque se há coisa que a internet ainda não nos consegue dar é o conforto
do toque humano, mas, sempre que a distância física não possa ser contrariada,
há muitas formas de utilizar a internet para nos sentirmos próximos dos outros.
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