Friday, April 03, 2020

What Makes Someone A Hero? / O que é define um herói? (Day 13)


Note 1: While being quarantine, in an effort to try to prevent my brain to turn into mush I'll try to complete a 30 Day writing challenge. Each day I'll get a prompt about which I should write.

Nota 2: versão portuguesa mais abaixo.



I used to struggle with the word hero, because, in the past heroes tend to be portraited as someone perfect, and I don’t really believe in perfection, so I was always looking for the one flaw they must have. Every fairytale hero was pretty, and kind, and selfless, strong and fearless, loved by everyone (except the bad guy), This representation wasn’t just “sold” to children, even in books or movies for a grown audience, the hero was, more often than not, the epitome of perfection. These were the standards we got used to, so we’d look for them in real life too, we aimed to be perfect and we aimed for perfect people to look up to. Which basically means we were set up for failure… because perfect people don’t exist.

Regardless of age, fiction and storytelling play a big role in shaping minds, broaden horizons and change mentalities, and luckily, overtime writers seem to have understood the importance of multidimensional characters. Characters who, just like us, have their own demons, face their own struggles, doubt themselves and fail, day in and day out.

This humanization of fictional characters is what makes them more relatable, and when we transfer it to the real world, when we stop trying to look for perfection and see people for what they really are, it deepens our ability to connect and be inspired by others, by real life heroes.

As a perfectionist myself it was very cathartic when I finally relinquished this standard, when I realized that to me, what made someone a hero was not their perfection but their courage. Courage to keep trying, courage to stand up for what they believe, and face the consequences of their actions, courage to be vulnerable, courage to be flawed. I realized that heroes were fearless not because they felt no fear, but because they try to overcome it. I learned that heroes aren’t always sure what’s the right move, but they follow their instincts. I realized that heroes don’t keep themselves in a pedestal, they embrace their humanity, their empathic, and they struggle with self-doubt too. I realized that heroes make mistakes, they too disappoint people, they too say/do the wrong thing sometimes, but they rise above, they take ownership of their actions, they apologize, they learn from it and try to do better next time.


What makes someone a hero is fighting for justice, even when it’s doesn’t benefit them, what makes someone a hero is being truth to one self, regarding the circumstances, but above all, what makes someone a hero is a strong sense of integrity. And it’s important to remember that heroes don’t just show up in big moments, small heroic acts in everyday life are just as important.




O que define um herói?

Nota 3: Enquanto estou em quarenta, e numa tentativa de impedir que o meu cérebro se transforme em papa vou tentar completar um desafio de escrita de 30 dias. Cada dia terá um tópico sobre o qual deverei escrever.



Costumava ter alguma dificuldade com a palavra herói, porque no passado os heróis representados como figuras de perfeição, e eu não acredito em perfeição, por isso acabava sempre por me focar em procurar o defeito que de certo deviam ter.

Nos contos infantis os heróis eram sempre bonitos, simpáticos, generosos, fortes, destemidos e adorado por todos (com excepção, claro, do vilão). Esta representação não era vendida apenas às crianças, mesmo nos livros ou filmes para uma audiência mais crescida o herói era, quase sempre, o epítome da perfeição. Estes eram os padrões a que éramos habituados desde cedo, e o que acabávamos por procurar na realidade, ambicionávamos ser perfeitos e encontrar a perfeição nos outros. Basicamente estávamos destinados ao fracasso… porque pessoas perfeitas não existem.

Independentemente da idade (e da consciência que temos disso), a verdade é que a ficção tem um papel importante na formação das pessoas, no alargar de horizontes e na evolução das mentalidades e, felizmente, ao longo dos tempos foi-se percebendo a importância de criar personagens multidimensionais. Personagens que, tal como nós, têm os seus próprios demónios, lutam com dificuldades diversas, duvidam de si mesmos e falham, dia após dia.

Esta humanização das personagens fictícias é o que as torna mais relevantes, mais próximas de nós, e quando transferimos isso para a vida real, quando paramos de procurar a perfeição e começamos a ver as pessoas pelo que realmente são, aprofundamos a nossa capacidade de nos relacionarmos e nos inspirarmos pelos outros, os heróis da vida real.

Enquanto perfecionista foi muito catártico quando finalmente abdiquei desses padrões, quando percebi que para mim, o que faz de alguém um herói não é a sua perfeição, mas a sua coragem. Coragem para continuar a tentar, coragem para defender aquilo em que acredita e enfrentar as consequências das suas acções, coragem para ser vulnerável, coragem para falhar. Percebi que os heróis não são destemidos porque não sentem medo, mas porque tentam ultrapassá-lo. Aprendi que os heróis não sabem sempre o que fazer, mas confiam nos seus instintos. Percebi que os heróis não se mantêm num pedestal, que abraçam a sua humanidade, são empáticos e, também eles, duvidam de si mesmos. Percebi que os heróis cometem erros, mas assumes as suas responsabilidades, que pedem desculpa, que aprendem com isso, que tentam fazer melhor da próxima vez.

O que define um herói é lutar pela justiça, mesmo quando não lhe beneficia, o que define um herói é manter-se fiel aos seus princípios, independentemente das circunstâncias, mas acima de tudo, o que define um herói é a sua integridade. E é importante lembrar que os heróis não se revelam apenas nos grandes momentos, tão ou mais importantes são os pequenos actos heróicos do dia-a-dia.

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