Wednesday, April 01, 2020

That time I nearly didn’t get on the plane / Aquela vez em que eu quase não entrei no avião… (Day 11)


Note 1: While being quarantine, in an effort to try to prevent my brain to turn into mush I'll try to complete a 30 Day writing challenge. Each day I'll get a prompt about which I should write. 

Nota 2: versão portuguesa mais abaixo.


I’ve had my share of mishappens with flights… anything from cancellations that forced us to take 10h train rides, delays due to lack of staff, luggage lost for over 15 days, problems with the engine, strikes, I even had a flight going back 15 minutes after departure because apparently the luggage door had not been properly closed! Now granted, in all those situations everything worked out in the end, in some cases I even got a better deal or made friendships for life, and in the rest… from a distance they’re at least funny.

The one thing that all those situations have in common is that it was never my fault, there was nothing I could have done differently not to miss those flights.

Until one day, back in 2011, my friend Tânia and I decided to go on a trip to London.

We were both experienced travelers by then, and yet…

It all started on the first day, we had a flight from Lisbon in the morning. I was working the nightshift at the time and finished work and 7am. The plan was to take the ferry home at 7.30am, pick up my bag and then Tânia’s boyfriend would drive us to the airport. All good, except… I forgot it was a holiday and there weren’t any ferries until 8.30am! (and no other alternative to get home)

I called Tânia and we worked it out, I took the ferry, picked up my bag really quick and we went straight to the airport. We did the check in immediately, but for some reason, when we look at the tickets, we assumed the hours for “closing the gate” were the hours for “opening the gate”, so we figured we had lots of time, and decided to do some window shopping.

When we finally checked the hours, we realized the gate was about to close and we were nowhere near it. So we ran, and we ran, and finally we managed to get there and be the last people to board.

We breathed in relieved, laughed about our stupidity and put it behind us. But the adventure was not over…

After a few lovely days in London it was time to return.

We woke up earlier and left the hostel with plenty of time to catch the shuttle to the airport. The shuttle stop wasn’t walking distance, but perfectly doable by subway.

We left the hostel and we stopped to by a cookie, that was the only thing missing from our “London bucket list”. We should have kept moving, but Tânia can´t eat while she walks… she just can’t… so we sat down until she finished and we finally walked to the subway. To our great surprise there was some kind of celebration that had closed most subway stations, including the ones we needed to get to our destination.

We had to change trains multiple times, at it took us much longer than it would with the normal route. 

We were running something like 30min late, we knew for sure the shuttle had left to the airport already… but there was still hope, there was another shuttle a little later, and the tickets said that if the bus wasn’t full we could still take it. We left the subway and we ran as fast as we could… Until Tânia remembered that if we’d return the subway card at one of the ticket offices they’d give us £5 back, and for some reason she was unwilling to give up those £5 (even though it may mean we’d lose a flight back home and have to buy a new plane ticket!). We stopped at the ticket office, exchange our cards and FINALLY arrived at the stop. There were maybe 12 people there, and it was almost time for the next bus, so we figured we’d be safe (on our way in the shuttle was a big bus). We laughed relieved, until this tiny, 9 seats, bus arrives and we realize that was the shuttle… At that point we pretty much lost all hope, but still decided to ask the driver if there was any chance, he would take us. 

We had to wait has we checked everyone’s tickets, we saw them enter the bus, the seats disappearing one by one… and finally the guy calls us and says we can go, because the people who are left are supposed to go on another bus!

We entered, laughing hysterically, made a video about it! What else can you do!
And that’s the story about that time I nearly didn’t get on the plane (twice!)




Aquela vez em que eu quase não entrei no avião…



Nota 3: Enquanto estou em quarenta, e numa tentativa de impedir que o meu cérebro se transforme em papa vou tentar completar um desafio de escrita de 30 dias. Cada dia terá um tópico sobre o qual deverei escrever. 


Já tive muitas aventuras com voos… de tudo um pouco, desde cancelamentos que me obrigaram a fazer 10h de viagem de comboio, atrasos por causa da tripulação, malas que andaram perdidas durante 15 dias (foram passear à Alemanha!), problemas com motores do avião, greves, até um avião que voltou para trás passados 15 minutos porque aparentemente a porta da bagageira não tinha sido fechada como deve ser!

Apesar de tudo, em todas essas situações as coisas acabaram por se resolver, em alguns casos até consegui melhores opções de viagem, noutros fiz amizades para a vida, e nos restantes… pelo menos fiquei com histórias engraçadas para contar.

A única coisa que todas essas situações têm em comum é que a culpa nunca foi minha, em nenhuma delas eu poderia ter feito algo diferente para não perder os voos.

Até que um dia, em 2011, eu e a minha amiga Tânia decidimos fazer uma viagem a Londres.
Éramos ambas viajantes com experiência, e ainda assim…

Tudo começou no primeiro dia, tínhamos um voo de Lisboa de manhã. Na altura, trabalhava no turno da noite e saia às 7h da manhã. O plano era apanhar o barco às 7h30, ir a casa buscar a mala e seguir para o aeroporto. O problema é que me esqueci que era feriado e por isso o primeiro barco era só às 8h30! (E não tinha outra forma de ir para casa).

Liguei à Tânia, apanhei o barco das 8h30, fui a correr a casa buscar a mala e seguimos para o aeroporto, tudo a correr, mas lá conseguimos. Fizemos o check-in, e relaxámos. Sem saber muito bem como confundimos a hora de “encerrar as portas de embarque” com a hora de “abrir as portas de embarque”, e por isso achámos que tínhamos tempo suficiente para andar a passear calmamente a ver as montras do duty free.

Quando finalmente decidimos confirmar as horas, as portas de embarque estavam prestes a fechar, corremos, corremos e lá conseguimos chegar a tempo e ser as últimas pessoas a embarcar.
Respirámos de alívio e rimo-nos da nossa parvoíce. Mas a aventura ainda não tinha terminado…
Depois de uns dias bem passados em Londres, chegou a hora de voltar para casa.

Acordámos bem cedo, ainda traumatizadas com a aventura anterior, saímos da pousada com tempo, o nosso plano era chegar à estação do autocarro que nos levaria ao aeroporto com 30min de antecedência, para não haver surpresas. A paragem não era perto, mas tínhamos calculado o tempo que demoraríamos a lá chegar de metro, por isso parámos para comprar uma bolacha tradicional, a única coisa que nos faltava riscar da lista.

Devíamos ter continuado a andar, mas para todos os efeitos tínhamos tempo e a Tânia não consegue comer e andar ao mesmo tempo! Por isso parámos por um bocadinho e depois lá seguimos caminho. Para nossa surpresa, quando chegámos ao metro a estação estava fechada, com um cartaz à entrada a dizer que era um feriado qualquer, que ia haver umas celebrações e que por isso muitas das estações de metro estariam fechadas!

Tivemos de procurar um percurso alternativo, mudar de metro não sei quantas vezes e em vez de chegarmos à paragem com meia hora de antecedência estávamos já meia hora atrasadas, ou seja, sabíamos que já tínhamos perdido o autocarro… Mas ainda havia esperança, pois os bilhetes diziam que desde que o autocarro seguinte não fosse cheio poderíamos apanhá-lo, seria apertado, mas chegaríamos a tempo do nosso voo. Saímos do metro a correr, porque já estava próximo da hora do segundo autocarro, até que a Tânia se lembrou que se devolvêssemos o cartão do metro eles nos reembolsavam £5, e ela não estava disposta a abdicar disso (ainda que isso pudesse implicar perder o voo e ter de comprar outro bilhete de avião!).

Lá parámos na bilheteira para devolver o cartão e FINALMENTE chegámos à paragem do autocarro. Estavam cerca de 12 pessoas lá, algumas chegaram depois, e estava quase na hora, ainda havia esperança porque o autocarro que tínhamos apanhado dias antes no aeroporto era de cerca de 50 lugares. Lá nos rimos um pouco, até que uma pequena carrinha de 9 lugares pára à nossa frente e nós percebemos que aquilo era o “autocarro” que estávamos à espera…

Lá se foi toda a esperança, mas ainda assim decidimos explicar a situação ao condutor que nos disse para deixarmos toda a gente entrar e logo se veria. Vimos os passageiros a entrar, e os lugares a desaparecer um a um… até que finalmente o condutor nos chama e diz que tem 2 lugares disponíveis porque os restantes passageiros pertencem a outro autocarro!

Lá entrámos, a rir, histéricas e gravámos um vídeo a registar a estupidez de toda a situação.
E essa é a história da vez em que quase não entrei o avião (duas vezes!).


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