Nota 2: versão portuguesa mais abaixo.
C.S. Lewis said “Experience is a
brutal teacher, but you learn… My God you learn”, and the truth is that there
are things in life you need to go through in order to fully understand. We,
parents and educators, have this innate tendency to want to shield children from
pain, frustration, disappointment, we offer advice, we try to stir them in the
right way, anticipate their mistakes, but the reality is that we can’t (and we shouldn’t)
try to prevent them from learning on their own.
One thing that I’ve had to learn
over the years is to let people go, as hard as that can be, to accept that
sometimes people just aren’t in the right place with themselves to be able to be
a part of your life, that sometimes people need to pull away to figure
themselves out, and that it is not your responsibility to carry that
relationship alone.
Friendships go through different
degrees of intensity in its course, that’s only normal. And it happens
frequently that naturally, for no specific reason, people who you used to be
very closed to eventually become just acquaintances. Life gets in the way,
people grow apart, and gradually and slowly the separation just happens. You cherish
what you once had, you like to keep
track of what that person is doing because you genuinely want the best for
them, once in a while you may even get a little nostalgic and believe you can
just reconnect and go back to what you had, but then you move on. There’s no bitterness,
no regret, just joy in whatever it was that you shared in the past.
This is the normal process, it’s
still a lesson, for sure, because when we’re little we believe that everything is
forever, and friendships are no different. It’s later with life that we realize
that things aren’t exactly like that. However, it’s such a discrete and
gradually lesson that it doesn’t shock us that much.
The hard lesson comes when you
have to accept the end of friendships that you don’t feel have followed its
natural course. And it’s bound to happen too, because everyone is fighting
their own demons, but it was difficult to accept because you see, introverts
have this weird egotistical complex that everything is their fault, so it took
me a while to understand that sometimes no matter how much you’re willing to
try, it doesn’t depend on you.
The hard
part is that unlike when people just grow apart, these kinds of “breaks” are
usually more sudden and make less sense. You didn’t stop having things in
common, you didn’t stop caring for each other, you still see a lot of potential
in that relationship, but for some reason one of you needs space. Usually what
happens is that at first you try to find excuses for that behavior, you keep
trying harder, questioning what you are doing wrong, but eventually after a
period of being constantly hurt or unrequited, the feeling turns into
resentment and suddenly the good memories you had with that person have a sour
flavor.
What I’ve learned over the years
(the hard way) is that we shouldn’t let the situation we are in the present diminish
the feelings we had in the past, because regardless where we are now, at some
point that person was important to you, they had a purpose in your life (and
you in theirs), and just because things didn’t work out the way that you
expected it doesn’t mean you shouldn’t be grateful for what you had.
I’m a big believer in not giving
up and working things out, but every relationship, whether with lovers,
friends, or families, needs the commitment of both sides in order to work, and
that’s tricky because people’s timings are different and they don’t necessarily
always synchronize as you wish. Therefore, you should try your best but sometimes
you have to let people go and eventually, with time, some may return to your
life, but others won’t, and that’s okay.
The lesson is that if you don’t
deny the relationships from your past (regardless their outcome) then none of
it will have been a waste time. Embrace the journey, enjoy as much as you can the
people who are in your life, absorb their wisdom but move on happily if you
have to.
Uma lição que tenhas aprendido de maneira difícil
Nota 3: Enquanto estou em quarenta, e numa tentativa de impedir que o meu cérebro se transforme em papa vou tentar completar um desafio de escrita de 30 dias. Cada dia terá um tópico sobre o qual deverei escrever.
C.S Lewis disse “A experiência é um professor cruel, mas ensina… meu Deus,
ensina”, e a verdade é que há coisas na vida que temos de viver de forma a as
podermos compreender. Nós, pais e educadores, temos uma tendência inata para
querer proteger as crianças da dor, frustração e desilusão, damos conselhos,
tentamos encaminhá-los na melhor direção, antecipar os seus erros, mas a verdade
é que não podemos (nem devemos) tentar impedir que aprendam pela sua própria
experiência.
Uma coisa que aprendi nos últimos anos é que temos de deixar as pessoas
seguir o seu próprio rumo por muito que nos custe, temos de aceitar que às
vezes as pessoas não estão bem consigo mesmas ao ponto de conseguirem
equilibrar uma relação com os outros. Às vezes as pessoas precisam de se
distanciar para se encontrarem a elas mesmas, e quando isso acontece não nos
cabe a nós carregar o peso dessa relação sozinhos.
As amizades passam por diferentes estágios de intensidade, é normal. E acontece
frequentemente que de forma natural, sem motivo nenhum em particular, pessoas de
quem costumávamos ser muito próximos aos poucos se tornem meros conhecidos. A
vida mete-se pelo caminho, as pessoas deixam-se de identificar com os mesmos
interesses, e de forma gradual, aos poucos essa separação vai acontecendo. Com
o tempo, continuas a apreciar a amizade que tiveram, tentas manter algum
contacto para saber como a pessoa está, porque apesar da distância desejas-lhe
o melhor, eventualmente uma ou outra vez tens um ataque de nostalgia e fazes
planos para reativar a amizade, mas isso passa e acabas por seguir o teu caminho.
Não há amargura, nem arrependimentos, apenas memórias felizes do que viveram
juntos.
Esse é o processo normal, não deixa de ser uma lição de vida, porque quando
somos crianças acreditamos que tudo é para sempre – especialmente as amizades –
mas tudo acontece de forma tão discreta e gradual que não é uma lição que nos
choque muito.
A lição difícil é quando temos de aceitar o fim de uma amizade que não
acreditamos ter seguido o seu percurso natural. É inevitável que aconteça,
porque toda a gente tem os seus próprios demónios para enfrentar, mas é muito mais
difícil de aceitar, principalmente para pessoas introvertidas, que têm uma
tendência contraditória para achar que tudo é culpa sua. Eu demorei algum tempo
a perceber que às vezes por mais que tentemos, não depende de nós.
A parte difícil é que, ao contrário do que acontece quando as pessoas se
afastam naturalmente, nestes casos a “separação” é muito mais repentina e ilógica.
Não pararam de ter interesses comuns, não pararam de gostar um do outro, ainda
vês um potencial enorme na relação, mas por alguma razão uma das pessoas
precisa de se afastar. Quando isto acontece, a primeira tendência é encontrar
desculpas para esse comportamento, continuar a tentar, questionar o que estamos
a fazer errado, mas com o tempo, a sistemática rejeição vai levar ao
ressentimento e de repente as boas memórias são manchadas por um sabor amargo.
O que aprendi (de maneira difícil) é que não devemos deixar que a situação
presente diminua os sentimentos que tivemos no passado, porque
independentemente do que estamos a viver neste momento, aquela pessoa foi
importante para nós, teve um propósito na nossa vida (e nós na dela), e só
porque as coisas não correram como esperávamos, não quer dizer que não estejamos
grato pelo que vivemos.
Acredito que não se deve desistir, que se deve trabalhar e tentar resolver
as coisas, mas todas relações - amorosas,
de amizade, com a família - precisam do comprometimento de ambas as partes para
funcionarem, e essa é a parte complicada… porque as pessoas têm timings
diferentes que nem sempre se sincronizam como gostaríamos. Por isso, às vezes
temos simplesmente de deixar as pessoas seguirem o seu rumo. Com o tempo
algumas irão reentrar nas nossas vidas, outras não, e não faz mal.
A lição que aprendi é que se não rejeitarmos as relações do nosso passado
(independentemente de como tenham ou não terminado) então nunca será tempo
perdido. Devemos aproveitar a viagem, desfrutar ao máximo das pessoas que temos
nas nossas vidas, absorver o que têm para nos ensinar, mas seguir com a nossa
vida se assim tiver de ser.
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