Note 1: While being quarantine, in an effort to try to prevent my brain to turn into mush I'll try to complete a 30 Day writing challenge. Each day I'll get a prompt about which I should write.
Nota 2: versão portuguesa mais abaixo.
Growing up there’re so many things that you gain and learn
along the way. People you connect with that you’d never imagine possible, challenges
you overcome though you never believe you were strong enough to face, moments
of joy that fulfill you in a way you never anticipated. It’s good to keep that
in mind, to believe the journey is worthy, but regardless how you feel about
your present life there are always things you miss from the past, things that
cannot be retrieved except in the form of memories.
I miss the times when I believed I could climb in my closet
and magically travel to China every night.
I miss being so self-confident that I would enter a hotel and
ask the pianist (in a foreigner language) to switch places with me and allow me
to play for the guests.
I miss the excitement of a night before a school trip.
I miss the feeling of hugs that could make everything feel
better.
I miss those years when interacting with people came so naturally
to me that my brother and my friends used be as a buffer to make new
friendships.
I miss laughing for absolutely no reason, until our bellies
hurt.
I miss the afternoons after school we spent watching MTV and
recording all the cool videoclips (life before Youtube!).
I miss the certainty that one could change the world.
I miss the time I’d chatter non stop and had no filter.
I miss the butterflies in my stomach when I played hide and
seek.
I miss the time I was so naïve that Santa left me a postcard
written in Brazilian Portuguese at my Brazilian grandmother’s house, and I didn’t
find it suspicious at all… Or the time I found Santa’s phone number in a book,
something like 000-111-222 and spent days trying to get a connection.
I miss waking up happy, for no reason.
I miss spending almost 24h/day 7 days a week with my friends
at school and basketball, and never run out of things to talk about.
I miss being truly inspired by something.
I miss the novelty of traveling.
I miss the feeling of experiencing something for the first
time.
I miss the innocence of believing that doing the right thing
always led to a positive result.
Coisas de que tens saudades
Nota 3: Enquanto estou em quarenta, e numa tentativa de impedir que o meu cérebro se transforme em papa vou tentar completar um desafio de escrita de 30 dias. Cada dia terá um tópico sobre o qual deverei escrever.
Crescer significa
ganhar e aprender tantas coisas. Criar relações com pessoas com quem nunca nos
pensámos identificar, superar desafios que nunca nos achámos capazes de
superar, encontrar alegria em momentos inesperados… É bom manter tudo isso
presente e acreditar que o caminho vale a pena mas, independentemente do que
sentimos em relação à nossa vida presente, há sempre coisas do passado das
quais sentimos saudades. Coisas que não podem ser repetidas ou recuperadas a
não ser na forma de memórias.
Tenho saudades
dos tempos em que acreditava que o meu armário tinha uma passagem secreta para
a China, para onde eu viajava todas as noites.
Tenho saudades de
ser confiante ao ponto de entrar num hotel nos EUA e pedir ao pianista da
recepção que trocasse de lugar comigo e me deixasse tocar para os convidados.
Tenho saudades da
excitação da noite anterior a uma visita de estudo.
Tenho saudades do
sentimento de conforto daqueles abraços que faziam tudo ficar bem.
Tenho saudades
dos anos em que socializar era tão natural para mim que o meu irmão e os meus
amigos me mandavam à frente para criar amizades.
Tenho saudades de
rir à gargalhada, sem motivo, até ficar com dores de barriga.
Tenho saudades
das tardes depois da escola que passávamos a ver MTV e a tentar gravar os videoclips
do momento (vida antes do Youtube!).
Tenho saudades da
certeza que uma pessoa pode mudar o mundo.
Tenho saudades
dos tempos em que era tagarela e não tinha filtro.
Tenho saudades de
sentir borboletas na barriga quando jogava às escondidas.
Tenho saudades de
ser tão ingénua que não achei suspeito que o postal que o Pai Natal me deixou
na casa da minha avó brasileira viesse escrito em português do Brasil… Ou de
encontrar o número de telefone do Pai Natal no livro da Anita e passar tardes a
tentar conseguir uma ligação.
Tenho saudades de
acordar feliz, sem motivo.
Tenho saudades de
passar 24h por dia, 7 dias por semana, com os meus amigos na escola e no basket,
e ainda assim nunca ficarmos sem tema de conversa.
Tenho saudades de
me sentir verdadeiramente inspirada com alguma coisa.
Tenho saudades da
novidade de viajar.
Tenho saudades da
sensação de experimentar algo pela primeira vez.
Tenho saudades da
inocência de acreditar que fazer o que está certo leva sempre a um final feliz.
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