Nota 2: versão portuguesa mais abaixo.
I move out of
home right after my 22nd birthday, and I didn’t just move houses, or
cities, or even country… I moved away to a different continent.
My decision
was received with surprised by most and though nobody really said it to my face,
I imagine a few doubted I’d survive.
I spent the
months prior to my departure trying to get myself ready and in the right
mindset for such change. I read blogs and spoke to advisors about the
challenges of embracing a new house, a new country and a new culture. To be
fair there was a lot information about the possibility of cultural shock. I was
told once the excitement of the first days passed by, I was likely to feel
homesick, lonely, depressed…
The first week
came and went, followed by the first month, and I kept waiting for that wave to
hit me. Eventually a year had gone by and I realized I never really experienced
the so feared cultural shock.
When the time
come to return home, I was happy to finally get to see my friends and family
again, but what I didn’t anticipated was how hard it would be to readjust to moving
back home.
There had been
a lot of talk about the struggles of adjusting to a new country/culture, but
absolutely no-one had advised me about the reverse and to me, the real struggle
was to move back.
The first week
was easy, meeting everyone, hugging all my friends, but as soon as that magic
was gone, I was lost. I half way expected to have a hard time finding my place
because people had moved on, I didn’t feel that the world had kept moving without
me, what I felt was that I had kept moving without them. It was in that moment
that I realized how much I had changed and how these people were completely unaware
of it.
In my
experience abroad I had found myself, I’d revalidated some impressions of my
character and challenged others, I had evolved, I had grown… and suddenly I was
back in a place where people expected me to be the same person I was before all
that.
Moving back
home was hard because you start wondering if it was just all pretend, if you can
continue to be this new improved version of yourself or if you’ll just fall
back into old habits. It takes times to adjust, to redefine yourself once
again, to find a comfortable middle ground.
Before |
After |
Regresso a casa
Nota 3: Enquanto estou em quarenta, e numa tentativa de impedir que o meu cérebro se transforme em papa vou tentar completar um desafio de escrita de 30 dias. Cada dia terá um tópico sobre o qual deverei escrever.
Sai de casa dos meus pais logo após o meu 22º aniversário, e não mudei apenas
de casa ou de cidade, nem sequer apenas de país… mudei-me para um continente
diferente.
A minha decisão foi recebida com surpresa pela maioria, e embora ninguém me
tenha dito directamente, imagino que muitos tenham duvidado que iria sobreviver.
Passei os meses que anteciparam a minha partida a tentar preparar-me para tamanha
mudança. Li muitos blogs e falei com conselheiros sobre os desafios que iria
encontrar, uma nova casa, um novo país, uma cultura diferente. Havia muita
informação disponível sobre o tema de choque cultural, e fui informada que
assim que passasse a excitação dos primeiros dias, era provável que sentisse
saudades de casa, solidão, e até um pouco deprimida…
A primeira semana passou num instante, seguida do primeiro mês, e eu
continuava à espera de ser assolada para toda essa negatividade que me tinham
antecipado. O tempo foi passando e quando dei por mim já tinha passado um ano
sem que eu nunca sofresse dos tais sintomas do choque cultural.
Na fase de preparação falaram-me muito das dificuldades que ia ter em me
adaptar a um novo país/cultura, o que ninguém me avisou é que tudo isso podia
acontecer no regresso a casa, onde realmente tive muitas dificuldades.
A primeira semana foi tranquila, reencontrar amigos e família, sempre com
programa marcado, mas assim que essa magia passou, fiquei perdida. De certa
forma esperava algumas dificuldades pois antecipava que as pessoas tivessem
seguido com as suas vidas enquanto eu não estava, mas o que senti não foi que o
mundo tinha continuado a girar sem mim, o que senti foi que eu tinha continuado
a mexer-me sem ele. Naquele momento percebi tudo o quanto eu tinha mudado e como
as pessoas que sempre me conheceram não faziam a mínima ideia disso.
Na minha experiência lá fora encontrei-me, revalidei alguns traços da minha
personalidade, desafiei outros, evolui, cresci… e de repente estava de volta ao
local de origem onde as pessoas esperavam que fosse a mesma pessoa que era
antes de partir.
Regressar a casa foi difícil porque acabas por duvidar se foi tudo uma
fantasia, se é realmente essa nova versão de ti mesmo, ou se vais acabar por
ceder ao contexto e voltar a ser quem eras. É preciso tempo para ajustar, para
te redefinires uma vez mais e encontrares um equilíbrio confortável.
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