Friday, April 06, 2018

Values / Valores


Nota: Versão portuguesa mais abaixo.


Today with the kids we talked about values. There’s nothing new about it, we do it often, more than we probably realise, the difference being that today that was the official topic of the day.

Values. Day in and day out, they’re a big part of our fight, probably the biggest part of them all, at least for me. I know I’m way pass the age to be naïve, I know I should probably care a bit more about numbers and results than I do, but truth is, the one thing I really care about is the long term impact that our actions will have in these kids’ lives.

We want them to succeed in life, therefore we (try to) teach them about honesty, forgiveness, justice, friendship, amongst so many other core values we feel important, but how much thought do we put into it? Our values are our beliefs, what we think is important in life. They determine how we act and the way we interact with people, but how aware of it are we?

Do we even know what values we live by? It sounds like a simple question, but after trying a couple exercises I realised it is not. What I found out was that I can’t choose the top 3, top 5, not even top 10 values that are most important for me. For one, because as I look at the list in front of me I find hard to dissociate what I believe my values are, from what I believe the other people identify as being my values. Of course some would be the same, but others…. Isn’t that a common issue in life? That the perception we have of ourselves doesn’t match the way other people see us? And if our personal values represent who we are and who we want to be, can we actually count as a value something that we haven’t achieved yet? What does it really count as your value? Is it a belief you have and are able to shape your actions after it or is it simply something you find important, even if you haven’t necessarily found the best way to express it?

These values that I guide my life by, even if unconsciously, are these really the values I want to pass along to the kids or are these just the ones that were passed on to me and prioritized by my family, culture, society?

What about my behaviour? Is my behaviour actually consistent with the values I think I have? Promoting values is so much more about sharing them with others, letting them experience their worth through your actions, than just talking. So am I doing my part or am I preaching one way and acting another?

A lot of the things we do and say are shaped by our values and our beliefs, and often, those come so naturally to us and we don’t even see them anymore. That can be positive in the sense that it makes us more genuine, but when in our hands rely the very malleable minds of children, shouldn’t we be more aware of what our message is?


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Valores

Hoje, com os miúdos, falámos sobre valores. Nada de novo nisso, é um tema em que tocamos com mais frequência do que aquilo que temos noção, a diferença é que hoje, esse era o tema oficial do dia.
Valores. Dia após dia, os valores representam uma grande parte do nosso trabalho, talvez a maior de todas, pelo menos para mim. Sei que já passei a idade de ser ingénua, que provavelmente me deveria preocupar um pouco mais com números e resultados para o meu próprio bem, mas a verdade é que a única coisa que me interessa na verdade é o impacto que, a longo termo, as nossas ações vão ter na vida destes miúdos.

Queremos que tenham sucesso, por isso tentamos ensinar-lhes sobre honestidade, perdão, justiça, amizade, entre tantos outros valores que consideramos importantes, mas quanto tempo perdemos a pensar realmente sobre o assunto? Os nossos valores são as nossas crenças, aquilo que acreditamos ser importante na vida. Eles determinam como agimos e a forma como interagimos com quem nos rodeia, mas temos consciência da forma como influenciam a nossa vida?

Será que conseguimos definir quais os valores que nos guiam? Parece uma pergunta simples, mas depois de tentar alguns exercícios percebi que na verdade não é. O que descobri foi que não consigo eleger 3, 5, nem sequer os 10 valores mais importantes para mim. Primeiro porque, olhando para lista torna-se difícil dissociar aqueles que acredito serem os meus valores, dos valores que as outras pessoas vêem em mim. Certamente alguns coincidirão, mas outros... (É um problema comum, a percepção que os outros têm de nós não coincidir com a forma como nos vemos...). Por outro lado, se os valores representam o que somos e quem queremos ser, podemos contar como valores algo que consideramos importante mas ainda não atingimos? O que conta na verdade como sendo um valor? Acreditar em algo que consideramos importante e que influencia as nossas decisões ou simplesmente algo que consideramos importante ainda que não saibamos ao certo como o expressar?

Estes valores que guiam a minha vida, de forma mais ou menos consciente, serão mesmo estes os valores que quero passar aos miúdos? Ou serão apenas estes os que me foram passados a mim e priorizados pela minha família, cultura, sociedade?

E o meu comportamento? Será o meu comportamento consistente com os valores que acho que defendo? A promoção de valores, mais do que pela conversa faz-se na partilha com os outros, deixando que percebam a sua importância através das nossas ações. Estarei eu a fazer a minha parte, ou estarei a pregar uma direção e a seguir outra?

Muitas das coisas que fazemos e dizemos são moldadas pelos nossos valores, que muitas vezes ocorrem de forma tão natural que nem nos apercebemos. Isso pode ser positivo no sentido em que nos torna mais genuínos e espontâneos, contudo, quando nas nossas mãos estão as mentes tão maleáveis de crianças/jovens, não deveríamos ter mais claro qual é a mensagem que queremos passar?

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