Nota: Versão Portuguesa mais abaixo.
I always had this obsession with letters.
I remember being 6 or 7 years old and every day
run to the mail box to check the mail only to get extremely disappointed when
day after day my parents would have mail waiting for them, and there was nothing
in it for me. Little did I know that all they got were bills and responsibilities,
but at least they were getting something.
Eventually one of my older cousins felt sorry
for me and started to send me some
mail. She would write little notes or drawings that she would put in the
mailbox herself before coming to visit us at my house. They were just simple
messages, but boy was I excited!
There was something magical about going to that
little box and being surprised by something that was meant for no-one else but
me. I still have them, all of them, every little note or postcard that I ever
got.
The years passed and you would think one would let
go of this childish ideas, but no, I might not run to the mailbox anymore, but I’d
sure still enjoy the occasional surprise when I’d get one. The evolution of the
society didn’t help, after all, being part of the generation Y, with everyone
becoming computer savvy and having a mobile phone on their pockets only meant
less and less mail, but I did my best… As a teenager I would exchange letters
with younger cousins (even my friends’ cousins!), I would always send loads of
postcards during holidays and during long school breaks me and my friend would
write each other long letters that we would send by mail (even though we only
lived a few Km apart).
After college, during my first Gap Year as an
Au Pair in the USA, once in a while my mother would send me and the kids a care
package, and if I used to like to get them, the kids absolutely loved them! It didn’t
even matter what was inside, they would just get so excited with the idea of
getting something. Later, when I moved to Poland for a while, I challenged my
friends to send me letters/postcards to color the blank walls in my bedroom they
rose to the occasion which made my stay there way more fun.
As I keep traveling around the world or even
when I’m back home I keep finding excuses to mail something out, maybe because
I have friends spread around the globe, or maybe because I get as much joy out
of sending mail than as receiving. And maybe it’s silly, because I don’t even know
if anyone really cares about this things anymore, but if they get half as happy
as me when I get mail, than it is worth it, because even now, being a grown
woman, getting unexpected mail truly just makes my day.
Há correio!
Sempre tive esta obsessão por
cartas.
Lembro-me de ter 6 ou 7 anos e de
todos os dias correr para a caixa do correio acabando por ficar completamente
desiludida quando dia após dia os meus pais tinham correio à sua espera e não
havia nada pra mim. Mal eu sabia que o que os esperava eram contas e
responsabilidades, mas ainda assim… pelo menos era alguma coisa.
A certa altura, uma das minhas
primas sentiu pena de mim e decidiu começar a enviar-me correio. Escrevia pequenas notas ou desenhos que depois
ela própria punha na nossa caixa do correio antes de nos visitar. Eram mensagens
simples, mas eu adorava!
Havia algo de especial em ir
àquela pequena caixa e ser surpreendida por algo que se destinava a mim e a
mais ninguém. Ainda as tenho, todas elas, cada nota ou postal que alguma vez
recebi.
Os anos passaram e seria de
esperar que eu ultrapassasse esta mania de infância, mas não. Podia já não
correr para a caixa do correio, mas ainda me alegrava com cada surpresa que
recebia. A evolução da sociedade não ajudava, afinal sendo parte da geração Y,
com toda a gente a usar cada mais os computadores e com telemóveis nos bolsos,
as cartas tornavam-se cada vez mais raras, mas ainda assim continuei a tentar…
na minha adolescência trocava cartas com as primas mais novas (e até com as
primas das minhas amigas!), enviava sempre imensos postais durante as férias, e
no verão, quando não havia escola eu e a minha amiga escrevíamos longas cartas
que enviávamos uma à outra por correio (apesar de vivermos apenas a alguns Km
de distância).
Depois da faculdade, quando fiz o
meu primeiro Gap Year como Au Pair nos EUA, de vez em quando a minha mãe
mandava uma encomenda para mim e para as crianças, e se eu gostava de
recebê-las, os miúdos então adoravam! Nem importava o que estava lá dentro, a
excitação era enorme apenas por estarem a receber algo. Mais tarde, quando me
mudei para a Polónia por uma temporada, desafiei os meus amigos a enviarem-me
cartas/postais para colorir as paredes brancas do meu quarto. Eles aceitaram o
desafio o que tornou a minha estadia lá bem mais divertida.
À medida que vou viajando pelo
mundo, ou até mesmo quando estou de volta a casa, estou constantemente a
procurar desculpas para enviar alguma coisa por correio. Talvez por ter amigos
espalhados pelo globo, ou talvez porque tiro tanto prazer de enviar correio
como de o receber. E talvez seja uma palermice, porque nem sequer sei se alguém
ainda dá importância a isso, mas se tirarem metade do prazer que eu tiro destes
momentos então já valeu a pena, porque ainda hoje, já crescida, nada me faz
sorrir mais do que chegar a casa e receber correio inesperado.
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