Sunday, June 05, 2016

Inspired by Márcia Costa [2011]

Nota: Versão portuguesa mais abaixo

“You live alone, for the others, when you should learn how to live with them”
Márcia Costa [2011]


This is part of a series of posts inspired by real life people around me that at some point touched me with their words. For more information on this project click here


You were taught to do the right thing, to be polite, to put others first and protect the things you love. You were raised to be a good man in the storm. You convinced yourself that’s what they need you to be, always. Maybe it’s because you have a predisposition to martyr yourself, or maybe you just need to believe you have a reason to be here, but how realistic is that? How true, even?
You have this obsession with fixing things, fixing people, simply because you can't fix yourself. You put others first not because you are selfless, but so you don't have to focus on your own issues. You do it because it makes you feel good about yourself. But if you always put others first, in the end, where do you even stand?
In the long run, if you refuse to satisfy or even acknowledge your own needs, how can you be expected to be satisfy others’?
It’s actually dishonest and hypocritical, it’s unfair. That you don’t give people the opportunity to even try and do the same thing for you. You preach about the importance of trust and openness while you’re the queen of isolation land. You are always there, but you always keep at arm’s length. You always have one foot out the door, you don’t get too involved, too attached, because when things get real, that’s when people get hurt.
You care about people, no matter how long you've been trying to convince yourself that you don't. Despite all your efforts to be self-sufficient.
You’ve always been surrounded by people, loads of them, people that care about you just as much as you care about them. You’ve never been alone, not once in your lifetime, and yet the loneliness you feel inside is almost constant. You know that you’re not supposed to do it alone, that you don’t have to do it alone, that it takes a village, and you’re lucky enough to have one, you just haven’t figured out how to rely on it yet.
You share spaces and memories with the people around you, but you don't live with them. You have your own secluded life.  You've set yourself apart. You've been trying to keep the storm away for so long, that you forgot how to let people in.


                                           :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

“Vives sozinha, para os outros, quando devias aprender a viver com eles”
Márcia Costa [2011]


Este texto faz parte de uma série de publicações inspiradas por pessoas reais à minha volta, que em algum momento me tocaram com as suas palavras. Mais informações sobre este projecto aqui 


Foste ensinado a fazer o que está certo, a ser educado, a por os outros primeiro e a proteger aquilo que amas. Foste educado para seres o “homem bom na tempestade”. Convenceste-te que é isso que eles precisam que sejas, sempre. Se calhar porque tens uma predisposição para te martirizares, ou então porque precisas de acreditar que há uma razão para a tua existência, mas até que ponto isso é realístico? Verdade, até?
Tens uma obsessão por consertar tudo à tua volta, consertar pessoas, simplesmente porque não te consegues consertar a ti mesmo. Pões os outros primeiro, não porque seres altruísta, mas para não teres de te focar nos teus próprios problemas. Fazes isso porque te faz sentir bem contigo mesmo. Mas se pões sempre os outros primeiro, no final, onde é que tu ficas?
Se recusas satisfazer ou até apenas admitir as tuas necessidades, a longo prazo, como podes ser capaz de satisfazer as necessidades dos outros?
Na verdade é desonesto e hipócrita. É injusto. Que não dês aos outros a oportunidade de sequer tentarem fazer o mesmo por ti. Dás sermões sobre a importância de confiar e desabafar, enquanto tu és o rei do reino do isolamento. Estás sempre presente, mas manténs a distância. Tens sempre um pé do outro lado da porta, não te envolves demasiado, não te apegas em demasia, porque é quando as coisas se tornam reais, que as pessoas se magoam.
Preocupas-te com os outros, não importa o quanto te tentes convencer que não é verdade. Apesar de todos os teus esforços para seres autossuficiente.
Sempre estiveste rodeado de pessoas, muitas pessoas, pessoas que gostam de ti tanto como tu gostas delas. Nunca estiveste sozinho, nem por um segundo na tua vida, e ainda assim a solidão que te acompanha é quase constante. Sabes que não é suposto enfrentares tudo sozinho, sabes que não tens de fazê-lo sozinho, que é preciso uma aldeia, e tu és sortudo porque tens uma, apenas ainda não aprendeste a depender dela.

Partilhas espaços e memórias com as pessoas à tua volta, mas não vives com elas. Tens a tua própria vida, isolada de tudo e de todos. Distanciaste-te do mundo. Durante tanto tempo lutaste para manter longe a tempestade, que no fim acabaste por te esquecer como deixar entrar os outros. 

No comments :