Nota: Versão portuguesa mais abaixo
“You live alone, for
the others, when you should learn how to live with them”
Márcia Costa [2011]
This
is part of a series of posts inspired by real life people around me that at
some point touched me with their words. For more information on this project
click here
You were taught to do the right thing, to be
polite, to put others first and protect the things you love. You were raised to
be a good man in the storm. You
convinced yourself that’s what they need you to be, always. Maybe it’s because
you have a predisposition to martyr yourself, or maybe you just need to believe
you have a reason to be here, but how realistic is that? How true, even?
You have this obsession with fixing things,
fixing people, simply because you can't fix yourself. You put others first not
because you are selfless, but so you don't have to focus on your own issues. You
do it because it makes you feel good about yourself. But if you always put
others first, in the end, where do you even stand?
In the long run, if you refuse to satisfy or
even acknowledge your own needs, how can you be expected to be satisfy others’?
It’s actually dishonest and hypocritical, it’s
unfair. That you don’t give people the opportunity to even try and do the same
thing for you. You preach about the importance of trust and openness while
you’re the queen of isolation land. You are always there, but you always keep
at arm’s length. You always have one foot out the door, you don’t get too
involved, too attached, because when things get real, that’s when people get
hurt.
You care about people, no matter how long
you've been trying to convince yourself that you don't. Despite all your
efforts to be self-sufficient.
You’ve always been surrounded by people, loads
of them, people that care about you just as much as you care about them. You’ve
never been alone, not once in your lifetime, and yet the loneliness you feel
inside is almost constant. You know that you’re not supposed to do it alone,
that you don’t have to do it alone, that it takes a village, and you’re lucky
enough to have one, you just haven’t figured out how to rely on it yet.
You share spaces and memories with the people
around you, but you don't live with them. You have your own secluded life. You've set yourself apart. You've been trying
to keep the storm away for so long, that you forgot how to let people in.
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“Vives sozinha, para os outros, quando devias aprender a viver com
eles”
Márcia Costa [2011]
Este
texto faz parte de uma série de publicações inspiradas por pessoas reais à
minha volta, que em algum momento me tocaram com as suas palavras. Mais
informações sobre este projecto aqui
Foste ensinado a fazer o que está
certo, a ser educado, a por os outros primeiro e a proteger aquilo que amas.
Foste educado para seres o “homem bom na tempestade”. Convenceste-te que é isso
que eles precisam que sejas, sempre. Se calhar porque tens uma predisposição
para te martirizares, ou então porque precisas de acreditar que há uma razão
para a tua existência, mas até que ponto isso é realístico? Verdade, até?
Tens uma obsessão por consertar
tudo à tua volta, consertar pessoas, simplesmente porque não te consegues
consertar a ti mesmo. Pões os outros primeiro, não porque seres altruísta, mas
para não teres de te focar nos teus próprios problemas. Fazes isso porque te
faz sentir bem contigo mesmo. Mas se pões sempre os outros primeiro, no final,
onde é que tu ficas?
Se recusas satisfazer ou até
apenas admitir as tuas necessidades, a longo prazo, como podes ser capaz de
satisfazer as necessidades dos outros?
Na verdade é desonesto e
hipócrita. É injusto. Que não dês aos outros a oportunidade de sequer tentarem
fazer o mesmo por ti. Dás sermões sobre a importância de confiar e desabafar,
enquanto tu és o rei do reino do isolamento. Estás sempre presente, mas manténs
a distância. Tens sempre um pé do outro lado da porta, não te envolves
demasiado, não te apegas em demasia, porque é quando as coisas se tornam reais,
que as pessoas se magoam.
Preocupas-te com os outros, não
importa o quanto te tentes convencer que não é verdade. Apesar de todos os teus
esforços para seres autossuficiente.
Sempre estiveste rodeado de
pessoas, muitas pessoas, pessoas que gostam de ti tanto como tu gostas delas.
Nunca estiveste sozinho, nem por um segundo na tua vida, e ainda assim a
solidão que te acompanha é quase constante. Sabes que não é suposto enfrentares
tudo sozinho, sabes que não tens de fazê-lo sozinho, que é preciso uma aldeia,
e tu és sortudo porque tens uma, apenas ainda não aprendeste a depender dela.
Partilhas espaços e memórias com
as pessoas à tua volta, mas não vives com elas. Tens a tua própria vida,
isolada de tudo e de todos. Distanciaste-te do mundo. Durante tanto tempo
lutaste para manter longe a tempestade, que no fim acabaste por te esquecer
como deixar entrar os outros.
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