Sunday, June 19, 2016

All different, all the same / Todos diferentes, todos iguais

Nota: Versão portuguesa mais abaixo.



I like to believe that we have an impact in this world and I try my best to have a positive one.
I want to make a difference, but I don’t always know how, because I don’t know how to fight something that I don’t understand, that I don’t get where it comes from.

I know it’s important to speak up, that it helps, that we have to educate people, that being silent is (a big) part of the problem… but where do I even start? How can I make people see something that should be so obvious? How can I show someone that the color of someone’s skin doesn’t define their personality? How do I teach them that someone’s sexual orientation doesn’t make them better or worse people? How to stop them to make superficial judgments?

I find it very hard to hear people’s arguments to justify prejudice. To justify what doesn’t have a plausible justification. I don’t even know where to start to reason with them, because I can’t stand their arguments. Sometimes I have to stop listening, I need to block it out, which is selfish, but I just can't even begin to understand how it is possible to hate someone based on their origins, skin color, religion or sexual orientation.

How can people not see that we're all humans? How can people justify double standards? How can you be against any form of love?
It is hard for me to admit that there’s such a long way to go still… it’s amazing how often you hear racist and homophobic comments from what should be educated people. In a lot of cases people aren’t even aware of their prejudices. At first sight they are accepting, but then they let the truth slip between their comments. People don’t realize the impact of their words, they don’t even see they’re part of the problem.

I struggle with how to deal with this because I know I can't force my principles on people, preaching to them won’t have any real effect and I can’t simply change or try to control their minds.
I’m guilty of not always speaking up, I admit. I don’t because it makes me mad, because I’m almost afraid of what I might hear, because I fear to see sides of people I don’t really want to see. But we must speak up, because ignoring the problem means to be part of it!

I don’t know how to deal with all the prejudice that is still around us, I don’t know how to make people see that we are all deserving of love, respect and acceptance, I don’t know how to make a change… what I do know is that you can’t fight negativity with negativity. So until I find a better solution I choose to focus on the bright side. Instead of focusing on the dark voices, I choose to support those who are trying to have a positive impact for these communities.

I can’t promise to change someone’s mind, but I can vow to work hard so that the next generation sees immigrants, refugees, biracial couples or LGBT’s rights as something so natural that vouching for them won’t even be necessary. What I can do is commit myself to contribute to this cause by making sure our kids contact with different cultures, learn about diversified heroes, hear fairytales about same gender couples and non-stereotyped families. By making sure diversity is such a natural part of their everyday life that nothing else makes sense.

These should all be all non-issues by now. We shouldn’t need to fight against racism or homophobia anymore, we shouldn’t need to fight for equality. People should be able take it for granted. To feel safe, accepted and loved as long as they respect others and treat them with kindness. There are so many other complex subjects to worry about, this shouldn’t be one of them. It’s sad, frustrating and most of the times even maddening, but if we don’t give up, if we keep standing up for what we believe, what we know is right, eventually change will happen.


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Todos diferentes, todos iguais


Quero acreditar que o que fazemos tem impacto no mundo, e dou o meu melhor para que o meu impacto seja positivo.
Quero fazer a diferença, mas nem sempre sei como, porque não sei como lutar contra algo que não entendo, que não percebo de onde vem.
Sei que é importante falar, que ajuda, que temos de educar as pessoas, que o silêncio é (grande) parte do problema… mas onde começar? Como posso fazer alguém ver algo que devia ser tão óbvio? Como posso mostrar que a cor da pele não define a personalidade de ninguém? Como posso ensinar-lhes que a orientação sexual de alguém não faz dele melhor ou pior pessoa? Como posso parar as pessoas de fazerem julgamentos tão superficiais?

Custa-me muito ouvir raciocínios para justificar preconceitos. Para justificar algo que não tem justificação possível. Não sei sequer onde começar a racionalizar com essas pessoas, pois a verdade é que não tolero os seus argumentos. Às vezes tenho de deixar de ouvir, simplesmente bloqueio, o que é egoísta, mas é que não consigo de forma alguma perceber como é possível odiar alguém com base apenas na sua origem, cor de pele, religião ou orientação sexual.

Como é possível não verem que somos todos humanos? Como acham aceitável direitos diferentes? Como se pode ser contra alguma forma de amor?
É muito difícil para mim admitir que ainda temos um caminho tão longo a percorrer… é impressionante a quantidade de comentários racistas e homofóbicos que se ouve de pessoas supostamente educadas. Grande parte das vezes as pessoas nem têm sequer noção dos preconceitos que carregam consigo. À superfície são tolerantes, mas a certa altura a verdade acaba por escapar entre os seus comentários. As pessoas não têm noção do impacto das suas palavras, nem se apercebem que são parte do problema.

Tenho dificuldade em lidar com isto porque sei que não posso forçar os meus princípios a ninguém, porque passar sermões não terá nenhum impacto real e porque não posso simplesmente mudar ou tentar controlar a mente dos outros.
Sou culpada porque não falo sempre que devia, admito. Não o faço porque me deixa fora de mim,  porque receio as barbaridades que possa ouvir, porque quase que tenho medo de descobrir facetas de pessoas que não quero descobrir… mas temos de falar, porque ignorar o problema significa ser parte dele!

Nem sempre sei como lidar com todos os preconceitos que ainda nos rodeiam, não sei como fazer os outros verem que todos nós merecemos amor, respeito e aceitação, não sei como impulsionar a mudança… o que sei é que não é possível combater negatividade com negatividade. Por isso até encontrar uma solução mais eficaz escolho focar-me no lado positivo. Em vez de me concentrar naqueles que descriminam escolho apoiar aqueles que tentam ter um impacto positivo junto destas comunidades.

Não posso garantir conseguir mudar a mente de ninguém, mas posso prometer que irei trabalhar para que a próxima geração veja os direitos dos imigrantes, refugiados, casais bi-raciais e LGBT como algo tão natural que defendê-los não será sequer necessário. O que posso fazer é comprometer-me a contribuir para esta causa promovendo o contacto das nossas crianças com culturas diferentes, ensinando-lhes sobre heróis variados, lendo-lhes contos de fadas sobre casais do mesmo género e famílias não estereotipadas. Garantindo que a diversidade é uma parte tão natural do seu dia-a-dia que outra coisa nem fará sentido.


Estes problemas já não deviam existir. Já não devia ser preciso lutar contra o racismo e homofobia, não devíamos precisar de lutar por igualdade. Devia ser algo natural. As pessoas deviam poder sentir-se seguras, aceites, amadas, desde que respeitassem os outros e os tratassem com bondade. Existem tantos assuntos mais complexos com os quais nos devíamos preocupar, este já não devia ser um deles. É triste, frustrante e muitas vezes até enfurecedor mas não podemos desistir. Se continuarmos a lutar pelo que acreditamos, pelo que sabemos estar certo, a mudança vai acabar por acontecer.

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