Note 1: While being quarantine, in an effort to try to prevent my brain to turn into mush I'll try to complete a 30 Day writing challenge. Each day I'll get a prompt about which I should write.
Nota 2: versão portuguesa mais abaixo.
I played basketball for most of
my life and I loved it. The game challenged me in so many ways, but I enjoyed
it, specially growing up, it was my refugee, even though it wasn’t always good.
I was dedicated and passionate, I understood the game and I think I had good
vision, but I was never a great player. There were a lot of reasons for it, I
wasn’t competitive, I got scared easily, I didn’t like too fail, I overthought,
I second guessed, I didn’t like the pressure, I passed too much, shot too
little…
The list goes on and on, but
there was one reason that only recently I identified, and that perhaps
justifies it all… I realized I don’t like winning. Some people come alive with
competition, they thrive with the challenge, they want to beat the opponent, I
now realized that I never took great pleasure in it, in fact, it often makes me
uncomfortable. Some people are sore losers, I’m a sore winner, I don’t really
know what to do with myself if a winning situation.
I don’t think I initially
realized this about basketball. I started noticing it in other activities,
playing boardgames, cards, racing with friends… Winning didn’t make me
particularly happy or more motivated, and if I won repeatedly, I noticed I’d
immediately started to find justifications for it – maybe the teams weren’t
even, maybe it was luck, maybe I was somehow favored… It’s weird, but it just
makes me feel uncomfortable, sometimes even guilty. This happens to the point
that, even when I’m watching a match, most times, if I don’t have a particular
favorite, I instinctively support the team that is losing, almost as if I like
to set myself up for failure.
Anyway, when I came to this
realization, I started thinking about all my years as a basketball player, and
though things on the court were a bit different, because it was a team effort,
and somehow sharing the win with the team didn’t feel so uncomfortable, it also
didn’t excite me as much as it did to everyone else. That’s when it became
clear to be that I could have never been a great player, because my focus was
out of place, (great) players are supposed to want to win.
I’ve been thinking about it for a
while and I think maybe the reason why I don’t like wining is because it doesn’t
settle the doubts I have inside. I’m a perfectionist, I care about doing
everything right, even if I win, I’ll find a flaw, I’ll find the one thing that
wasn’t perfect and use it as a justification for why I shouldn’t have won. I’m the kind of person who in a winning
situation will give credit to everyone else, and in a losing situation will
absorb all the blame (I’m egoistical like that).
Part of what motivates people to
win is the desire of appreciation, the desire to have others witness their
success, winning won’t make me happy because and I won’t take credit for it,
because the opponent I need to beat is myself.
Qual foi a maior descoberta que fizeste sobre ti mesma?
Nota 3: Enquanto estou em quarenta, e numa tentativa de impedir que o meu cérebro se transforme em papa vou tentar completar um desafio de escrita de 30 dias. Cada dia terá um tópico sobre o qual deverei escrever.
Joguei basket durante mais de metade da minha vida, e ainda hoje é uma das
minhas paixões. O basket desafiava-me de muitas maneiras, mas eu gostava, era o
meu refúgio, mesmo quando as coisas não corriam da melhor forma. Era uma
jogadora dedicada, não faltava a nenhum treino, percebia o jogo e tinha boa
visão, mas nunca fui uma grande jogadora. Não era competitiva, não gostava de
falhar, era insegura, pensava demais, hesitava muito, não lidava bem com a
pressão, passava de mais, lançava de menos…
A lista continua, mas havia uma outra razão para não ser uma boa jogadora, algo
que só descobri mais recentemente, e que talvez seja a mais importante de todas…
Percebi que não gosto de ganhar. Há pessoas que ganham forças na competição,
que crescem com o desafio, que querem derrotar os seus oponentes, quando
comecei a pensar nisso percebi que nada disso me dava particular prazer, aliás,
muitas vezes até me deixava desconfortável. Algumas pessoas não sabem perder,
eu não sei ganhar, não sei como me comportar.
Quando cheguei a esta conclusão nem foi relativamente ao basket, comecei a notar
esta atitude em outras actividades – jogos de tabuleiro, jogos de cartas,
corridas com os amigos… Vencer não me deixava particularmente feliz ou mais
motivada, e se ganhasse repetidamente, começava logo a arranjar razões para o
justificar – se calhar as equipas não estavam equilibradas, se calhar tinha
sido sorte, se calhar tinha havido batota… Também notei que sempre que via
algum jogo (independentemente da modalidade), se não tivesse nenhum favorito,
instintivamente torcia sempre pela equipa que estivesse a perder.
Quando reparei nestas pequenas coisas comecei a pensar nos meus anos como
jogadora de basket e, embora no campo as coisas fossem um pouco diferentes,
porque era um esforço de equipa, e partilhar uma vitória não era tão
desconfortável, a verdade é que esses momentos de glória não me entusiasmavam
tanto como ao resto da equipa. Foi aí que percebi que nunca poderia ter sido
uma grande jogadora, porque o meu foco estava deslocado, um bom jogador precisa
de querer ganhar.
Continuei a pensar sobre o assunto e acho que o que me leva a não gostar de
ganhar é o facto das vitórias não atenuarem as minhas inseguranças. Sou perfeccionista,
não quero ganhar, quero fazer tudo bem. Mesmo que ganhe vou encontrar uma falha,
vou encontrar a única coisa que não correu bem e usá-la para justificar o facto
de que não devia ter ganho. Sou o tipo de pessoa que numa vitória vai atribuir
o crédito a outra pessoa, e numa derrota vai absorver todas as culpas (sou
egocêntrica a esse ponto).
Parte do que motiva as pessoas a ganhar é o desejo de obter a validação dos
outros, a vontade de ver outras pessoas a testemunhar o seu sucesso, ganhar não
me faz feliz porque a validação que eu procuro é interna.
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