Thursday, November 15, 2018

Finding yourself / Procura interior


Note: Portuguese below.

How many of us, at some point in life, have felt the need to find themselves? For some it happens in teenage years, or after college, for some much later, maybe masked as a mid-life crisis, but sooner or later, chances are we will go through it.

The question is, what does it even mean? How do we lose ourselves? Our self is not an object that can be left behind, forgotten in a random corner, so how do we lose it? And more importantly, how do we find it?

Perhaps we don’t. Perhaps it was never really lost to begin with, perhaps it is just disguised under cultural conditioning, society’s opinion and inaccurate self-judgment we’ve developed over the years.

Who were you has a child? What did you believe in, what made you tick prior to being led to be who the world thought you should be?

Losing yourself usually happens when, consciously or unconsciously, you let the world change you in ways that force you to do or be what you should do/be, instead of doing what you truly want and being who you really are.

We are not the same people we were when we were children, we’ve lost innocence, we’ve changed, we’ve grown… but is our core really that much different? Our hopes and dreams may have developed, but how distant are they from where they originally started?

What if we have it wrong from the start? What if we don’t need to find ourselves? What if what we do need is to follow the path that will help us create ourselves, starting from the naïve children we were and taking in consideration each and every defining experience we have had?

There’s this mystic notion of finding ourselves, like a magical quest that will end up in a perfect place where all the answers are found and we are immerse in an unbroken sense of tranquility, but what if the goal is not the destination, but the journey?

We see this process of soul-searching as a need to redefine ourselves, but what if the ultimate goal is not to become anything different, but to go back to our roots and embrace who we were meant to be in the first place? New beginnings and fresh scenarios will be helpless if you don’t allow yourself to look inside, accept who you are and what you want to become.



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Procura Interior 


Quantos de nós, em algum momento das nossas vidas, sentimos a necessidade de procurar o nosso verdadeiro “eu”? A alguns acontece na adolescência, ou a seguir à faculdade, para outros bastante mais tarde, às vezes até disfarçada de uma crise de meia-idade. Seja em que altura for, o mais provável é passarmos por isso.
A questão é, o que é que isso significa? Como é que perdemos o nosso “eu”? Não é um objecto que possamos deixar para trás, esquecido num canto qualquer, então como é que o perdemos? E mais importante ainda, como é que o encontramos?

Se calhar não encontramos. Se calhar na verdade nunca o perdemos, se calhar o nosso “eu” está só escondido por baixo de camadas de condicionantes culturais, opiniões da sociedade e julgamentos negativos que fomos desenvolvendo sobre nós mesmos ao longo dos anos.

Quem eras enquanto criança? No que é que acreditavas? O que é que fazia o teu coração bater mais forte antes de te sentires forçado a ser aquilo que o mundo esperava que fosses?

Este processo de perda do nosso “eu” normalmente acontece quando, consciente ou inconscientemente, deixamos o mundo influenciar-nos de tal forma que passamos a fazer e a ser o que é suposto, em vez daquilo que verdadeiramente queremos e/ou somos.
Não somos as mesmas pessoas que éramos enquanto crianças, perdemos inocência, mudámos, crescemos… mas será o nosso core assim tão diferente? As nossas esperanças e sonhos podem ter-se desenvolvido, mas estarão assim tão distantes dos originais?

E se estivermos a ver isto tudo de forma errada desde o início? E se não precisarmos de nos encontrar? E se tudo o que precisamos é seguir o caminho que nos ajude a criar o nosso “eu”, partindo da criança inocente que fomos e tendo em consideração todas as experiências significativas que tivemos ao longo da vida?

Há uma mística enorme à volta desta ideia de procura interior, como se tratasse de uma caça ao tesouro mágica que termina num lugar perfeito onde encontramos todas as respostas e estamos imersos num inabalável sentimento de tranquilidade, mas e se o objectivo não for o destino final, mas sim o caminho?

Vemos este processo de procura interior como uma necessidade de nos redefinirmos, mas se calhar o que precisamos não é de nos tornarmos em algo diferente, mas sim voltarmos às origens, e abraçarmos aquilo que sempre soubemos ser. Recomeços e mudanças de cenário são inúteis se não estivermos dispostos a olhar para dentro de nós, e aceitar quem somos e o que queremos ser.

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