Nota: Versão portuguesa mais abaixo.
I write to try to make sense of things, and I
write to express the things I’m too coward to voice.
I have always prided myself of being a logical person, (as if logic would trump emotion),
but the more I try to analyze it, the less sense I can make of things that describe
me. I’m a walking contradiction…
I hate change, but I can’t stand boredom. New
things make me sick to my stomach and even so, I can’t stay in one place for
too long. I’m lazy and I don’t always like to leave the house and see others, still,
my favorite hobby is to travel the world and meet other people.
I’m constantly tired, but I fight off sleep.
Dreamland has always been my happy place, but for some reason dragging myself
there is a struggle every single day.
People praise my patience and yet most times I
barely have enough patience to deal with myself. There’s too much that bothers
me – how I care about little things, how I play hypothetical conversations in
my head over and over, the panic waves that come out of nowhere, how I’m triggered
with everyday things like loud noises, crowds, smells, lights, things that are out
of place… Every little thing takes so much effort, so much self-control.
My life has been mostly uneventful and still I carry
for luggage than an airport. I like to act strong and stoic, and yet I absorb
pain like a sponge. I like to keep myself guarded, I don’t know how to do spontaneous
proclamations of love, but I have this urge to let people know that I care. Most
would describe me as cheery… they would be dumbstruck if they knew the darkness
of my thoughts. I’m often perceived as serene and in control, but half the time
I’m a train wreck waiting to happen, my head continuously flooded by worst case
scenarios that I consciously try to ignore.
I’m a terrible liar and yet I live my own life behind
a mask. I’ve always had this particular interest in people, even though I’m
still not sure I quite like them. I have a tremendous inability to trust, to
connect fully, to love unconditionally. A humongous fear of being let down, even
though I’ve never let myself get close enough for that to happen. I have an
amazing urge to be independent and push people away, yet I find myself making
connections wherever I go.
Time haunts me terribly. It bothers me how
slowly the clock moves and yet I feel like I’m running against it – having done
so little so far with all the time I’ve been given. I’m unable to live in the
moment, there’s this constant awareness of life passing by, the clock ticking,
time running out. A pressure so high to achieve something, that blocks out any
possible attempt, drains any motivation.
I believe in second chances, that people are
more than their mistakes, but I forgive myself nothing. I score minimum in self-esteem,
I believe most everyone can be better than me at any given thing, and yet I hold
myself to standards I don’t demand from anyone else.
I have little faith, but I dream big. I feel worthless,
but I aspire to change the world. My life choices may come across as fearless
and brave, when in reality I live in constant fear. Fear of everything, fear of
nothing. A fear of failure almost as strong as the fear of wasting life away for
not pushing myself hard enough.
I write to try to explain things, yet most
times I’m not sure I understand myself.
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Contradição
Escrevo para tentar compreender o
que me rodeia, escrevo para expressar tudo o que não tenho coragem de dizer.
Sempre me orgulhei de ser uma
pessoa lógica, (como se a lógica fosse mais importante que a emoção), mas
quanto mais tento analisar, menos sentido faz tudo aquilo que me descreve. A
conclusão a que chego é que sou uma contradição ambulante...
Odeio mudança, mas não suporto
tédio. Tudo o que é novo me incomoda, deixa-me doente, e no entanto não consigo
ficar muito tempo no mesmo lugar. Sou preguiçosa e nem sempre gosto de sair de
casa e de conviver, ainda assim, uma das minhas paixões é viajar e conhecer
outras pessoas.
Estou constantemente cansada, mas
luto contra o sono. O vale dos sonhos sempre foi o meu lugar feliz, e mesmo
assim, arrastar-me até ele é uma luta diária.
As pessoas elogiam a minha
paciência, quando na verdade a maior parte do tempo mal tenho paciência para
lidar comigo mesma. Demasiadas coisas me incomodam – como me preocupo demais
com pormenores, como repito conversas hipotéticas vezes sem conta na minha
cabeça, as ondas de pânico que vêm sem aviso, os pequenos barulhos, multidões,
cheiros, luzes... tudo exige um esforço tão grande. Tudo exige tanto
autocontrolo.
A minha vida tem sido
maioritariamente rotineira, mas mesmo assim carrego mais bagagem (emocional)
que um aeroporto. Mostro-me uma pessoa forte e estóica e no entanto absorvo as
dores dos outros como uma esponja. Gosto de me manter resguardada, não sei como
fazer proclamações de amor espontâneas, mas tenho uma necessidade imensa que as
pessoas percebam que têm importância. A maior parte das pessoas descrever-me-ia
como alegre... ficariam em choque se vissem a escuridão dos meus pensamentos.
Sou geralmente vista como alguém sereno e calmo, mas a maior parte do tempo
sinto-me como um desastre à espera de acontecer, a minha cabeça constantemente
inundada com os piores cenários possíveis, que conscientemente tento ignorar.
Não sei mentir, e apesar disso
vivo a minha vida atrás de uma máscara. Sempre tive um interesse particular por
pessoas, apesar de ainda não ter certeza se gosto delas. Tenho uma incapacidade
enorme em confiar, em ligar-me aos outros de forma plena, em amar
incondicionalmente. Um medo tremendo de me desiludir, quando nunca sequer
deixei ninguém aproximar-se o suficiente para que isso fosse possível. Sinto
uma necessidade enorme de ser independente e autossuficiente, e ainda assim dou
por mim a criar amizades onde quer que vá.
O tempo assombra-me
terrivelmente. Incomoda-me a lentidão com que o relógio se move e no entanto
sinto que estou a correr contra ele – tendo feito tão pouco com tanto tempo que
já me foi dado. Sou incapaz de viver no momento, a consciência constante de que
a vida está a passar, o tick tack do relógio, o tempo a chegar ao fim. Uma
pressão tão grande para fazer algo significativo que bloqueia todas as
tentativas possíveis, que esgota qualquer motivação.
Acredito em segundas
oportunidades, acredito que as pessoas são mais do que os erros que cometem, e
mesmo assim não me perdoo nada. Atinjo níveis mínimos de autoconfiança,
acredito que praticamente toda a gente pode ser melhor que eu seja no que for,
e mesmo assim exijo de mim o que não exijo de mais ninguém.
Tenho pouca esperança, mas sonhos
grandes. Sinto-me sem importância, mas desejo mudar o mundo. As minhas escolhas
de vida podem parecer corajosas, mas a realidade é que vivo num medo constante.
Medo de tudo e de nada. Um medo de falhar quase tão grande como o medo de
desperdiçar a minha vida por não me ter esforçado o suficiente.
Escrevo para tentar explicar o
que me rodeia, quando a maior parte do tempo não tenho certeza de sequer me perceber
a mim mesma.
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