From zero to hero / De zero a herói

Nota: Versão portuguesa mais abaixo

Perceptions change so quickly these days. It’s unbelievable how quickly one can go from zero to hero (and vice-versa). We are quick to judge, and loud to express it. I’m all for freedom of speech, but that shouldn’t mean we can openly offend people without even thinking twice. We make fun of people, we hurt them, through jokes mostly, but nonetheless we hurt them.

We do it often with people in the public eye. It became so natural, at some point it became expected that simply because someone has a public role (regardless of what or why) they have to accept all sorts of invasion, judgements and negative comments. They’re expected to be strong enough to live with them. We look at their figures and we attack them as if that’s all they are, as if the fact that they are human beings, with real feelings and emotions got lost, as if that didn’t matter.

It’s like we think that due to their position, automatically nothing can shake them. And yes, some people might be strong enough to take it, some might learn to cope with it along the way, to rise above, to use it as fuel to become better or to simply ignore it, but that’s not the point, the point is they shouldn’t have to be tested like this, they shouldn’t need to hear all they hear, to risk believing it. Life is hard enough without this added pressure.

I am a fun of humor, I think there is room for laugh in life and that we can’t take ourselves too seriously, but I also think sometimes we go too far. Granted most times it’s unintentional, we might think it’s no big deal, you’re just one person, they’ll probably never even hear it, but we forget how fast words spread these days, how easily they reach people’s ears, how they multiply, how they impact others.

When I hear stories about people who faced and overcame great deals of negativity and succeeded in what they do, I always think how many others could have gotten that far if only they weren’t shut down before they even got a real chance.

I believe everyone is entitled to their opinion, I believe in honesty and I believe in criticism as a way of improving, but that’s not what we usually do… what we do is make fun of people, offend them, bully them. We live in a society that preaches kids about bullying other children in school and then bullies people in real life just for a laugh. What message are we sending?

There are so many talented people out there who might not be confidence enough to come out and show their brilliance and at this pace, they will never be. How much are we losing because we’re more focused on making fun of people than supporting them?

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De zero a herói

As opiniões mudam tão rapidamente hoje em dia. É inacreditável a rapidez com que alguém pode ir de zero a herói (e vice-versa). Somos céleres a julgar e expressamo-lo bem alto. Sou completamente a favor da liberdade de expressão, mas isso não deveria dizer que podemos ofender de forma gratuita os outros sem qualquer hesitação. Gozamos com as pessoas, magoamo-las, geralmente através de piadas, mais ainda assim, magoamo-las.

Fazemo-lo muitas vezes com figuras públicas. Tornou-se tão natural, que a certa altura se começou a esperar que simplesmente porque alguém tem um papel público (independentemente de qual ou porquê) tenha de aceitar todos os tipos de invasão, julgamentos e comentários negativos. Espera-se que sejam fortes o suficiente para viver com o que quer que seja dito. Olhamos para as suas figuras, atacamo-las como se apenas disso se tratassem, como se nos tivéssemos esquecido que também são seres humanos, com sentimentos e emoções reais, como se nada disso importasse.

É como se acreditássemos que devido à sua posição automaticamente nada os pudesse atingir. E sim, alguns serão fortes o suficiente para suportá-lo, outros aprenderão a lidar com isso durante o seu percurso, a usar as críticas como motivação para se tornarem melhores, ou a simplesmente ignorá-las, mas nada disso interessa. O que interessa é que ninguém devia ter de ser testado assim, de ouvir tamanhas crueldades, de se arriscar a acreditar nelas. A vida é difícil o suficiente, sem essa pressão adicional.

Sou fã de humor, acredito seriamente que há espaço para o riso nas nossas vidas e que não nos podemos levar demasiado a sério. Contudo também acho que às vezes vamos longe demais. Acredito que muitas vezes não seja intencional. Que importância pode ter? Somos apenas um individuo, provavelmente aqueles de quem rimos nunca vão ouvir as nossas piadas, mas esquecemo-nos da rapidez com que as palavras se espalham hoje em dia, da rapidez com que chegam aos ouvidos das pessoas, de como se multiplicam, do impacto que têm nos outros.

Quando oiço histórias de pessoas que enfrentaram e ultrapassaram grandes marés de negatividade e ainda assim atingiram o sucesso não consigo deixar de pensar quantas outras poderiam ter o mesmo destino se lhes tivesse sido dada uma chance.

Acredito que toda a gente tem direito à sua opinião, acredito em sinceridade e vejo o criticismo como uma forma de melhorar, mas não é isso que geralmente fazemos… o que fazemos é simplesmente gozar com as pessoas, ofendê-las, de uma forma ou outra agredi-las. Vivemos numa sociedade que dá sermões às crianças sobre bullying nas escolas, enquanto promove bullying na vida real. Que mensagem estamos a passar?

Há tantas pessoas talentosas que poderão não ter a confiança necessária para se mostrar e partilhar a sua magnificência e por este andar nunca a terão. Quanto será que não estamos a perdes por estarmos mais preocupados em gozar com os outros do que em apoiá-los?