Nota: Versão portuguesa mais abaixo.
“They’re not my
friends, they’re my colleagues”
Francisca Ferreira [2005]
Francisca Ferreira [2005]
This is part of a series of posts inspired by real life people around me that at some point touched me with their words. For more information on this project click here.
I’ve always dwelled on a lot about the topic - friendship.
For as long as I can remember I’ve been curious about the dynamics inherent to
all kinds of relationships.
We grow up surrounded by this concept. From
early on there’s an invisible pressure to create friendships, fast and easy. As
soon as you enter nursery school immediately the other children are named your
“little friends”, as if being the same age, sharing a space, would magically
create a bond between two people.
As we go through life and we gain more control,
this friendship pool may narrow a little, but still quite often we misuse this
term. It’s not that we don’t know its meaning, we do, I really think we do, but
for some reason we over use it.
Friendship implies affection, care and
attention. A friend is someone who is there, always, even when things get
tough, even when you may be wrong, even when you fail. Friend is the person you
share your best memories with, with whom you laugh until you cheeks hurt, the
one you can talk with until dawn.
Friendship is what helps you carry through the
hard times and life’s lessons. It demands showing up, day after day, struggle
after struggle, in whatever way needed. But above all things friendship
requires time and commitment.
The beauty of it is that in order to be real it
entails reciprocity. You can’t befriend another person alone. No matter how
much you care about them, for it to be friendship, you need to have someone to
bounce these feelings off with.
To have a true friend is to have something
incredibly special in your life, but the word has become so trivial that it
almost lost its meaning.
I don’t know if we do it because we want to be
polite, because we can’t be bothered, because we are too lazy to establish the
difference or if we’re just afraid to realize how small our number of friends
really is, but the frequency that we use it makes it fragile, and that’s scary,
because friends are supposed to be your rock.
Friendship is not something you just walk away
from, you can’t throw it out when it’s not convenient. If you can simply bail
when it gets hard, then it couldn’t possibly have been real. It should never
feel easy to walk away from a friend, to replace them, because truth is you can
never replace a friend. People change, things happens, life gets in the way.
You will lose some friends, inevitably, and you will make new ones, hopefully,
but friends never get replaced, because when friendship is real, even if people
grow apart, there’s something that stays with them, for good.
So when we open the spectrum too wide and
include everyone around us in what should be a very selective group, all we are
doing is deceiving ourselves.
So it’s not rude to say that someone around you
is not you friend, but a colleague, a teammate, an acquainted, rude is to put
someone that will support you without limits, that make you smile wide and with
whom you share all of you, in the same package with people with whom you can
occasionally just have a goodtime with.
Curious Fact: Francisca was only 6/7 years old when she said the quote
above.
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“Não
são meus amigos, são meus colegas”
Francisca Ferreira [2005]
Este texto faz parte de uma série de publicações inspiradas por pessoas reais à minha volta, que em algum momento me tocaram com as suas palavras. Mais informações sobre este projecto aqui.
Sempre me debrucei muito sobre o tópico –
amizade. Desde sempre as dinâmicas inerentes a qualquer relação me despertaram curiosidade.
Crescemos rodeados por este conceito. Desde
de cedo existe uma pressão invisível para fazer amizades, de forma rápida e
simples. Assim que entramos para a escola imediatamente as outras crianças são
nomeadas nossos “amiguinhos”, como se ser da mesma idade, partilhar o mesmo
espaço, magicamente criasse um laço entre duas pessoas.
À medida que crescemos e ganhamos mais
controlo, este grupo estreita-se um pouco, mas ainda assim de forma geral
abusamos deste termo. Não é que não estejamos cientes do seu significado,
porque estamos, acredito que estamos, mas por alguma razão acabamos por o
banalizar.
Amizade implica afecto, cuidado e
atenção. Um amigo é alguém que está presente, sempre, mesmo quando as coisas se
tornam difíceis, mesmo quando podes estar errado, mesmo quando falhas. Amigo é
a pessoa com quem partilhas as tuas melhores memórias, com quem ris até te doer
a barriga, com quem falas até ao amanhecer.
Amizade é o que te carrega durante os
tempos difíceis e as lições de vida. Amizade exige presença, dia após dia, luta
após luta, das mais diferentes formas. Mas acima de tudo amizade carece
compromisso.
A beleza de tudo isto é que para ser
real a amizade implica reciprocidade. Não podes ser amigo sozinho.
Independentemente do quanto gostas de alguém, para ser amizade, o sentimento
tem de ser mútuo.
Ter um verdadeiro amigo é ter algo incrivelmente
especial na tua vida, mas a palavra tornou-se tão trivial que parece esvaziada de sentido.
Não sei se o fazemos por uma questão de educação, porque somos preguiçosos ou porque temos receio de perceber que o número de amigos que temos é bem mais pequeno do que aquilo que queremos acreditar, mas a frequência com que usamos a palavra torna-a frágil, e isso é assustador, porque os amigos supostamente são a tua força.
Amizade não é algo a que possas virar as costas, não a podes deitar fora quando não é conveniente. Se consegues deitar tudo a perder quando se torna difícil então não era realmente amizade. Nunca deve ser fácil deixar para trás um amigo, substitui-lo, porque a verdade é que os amigos são insubstituíveis. As pessoas crescem, as coisas mudam, a vida acontece. Inevitavelmente vais perder alguns amigos, certamente farás novos também, mas os amigos não se substituem, porque quando a amizade é real, mesmo que as pessoas se afastem ficará uma parte que carregarão consigo, para sempre.
Por isso quando abrimos demasiado o espectro e incluímos todos aqueles que nos rodeiam no que devia ser um grupo exclusivo, apenas nos estamos a enganar a nós próprios.
Não é rude afirmar que não são amigos, mas sim colegas ou conhecidos, rude é por quem te ampara, te faz sorrir e com quem partilhas os melhores e piores momentos, no mesmo saco de pessoas com apenas quem apenas trocas sorrisos e meias conversas.
Curiosidade: A Francisca tinha 7/8 anos quando
disse esta frase.
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