Nota: Versão portuguesa mais abaixo
I had a birthday recently and I
was asked (repeatedly) what I wished for the next year. When I claimed I didn’t
wish for anything in particular people found it hard to believe, they thought I
was being mysterious or secretive about it.
A couple days ago I got a fun
gift, a cute notebook to take notes about “100 things I want to accomplish,
create, learn, share, improve, see, fight for, experience and organize”, I
basically only need 10 things for each category and yet it’s surprising how
hard it is to come up with ideas.
I live in the constant struggle
of being focused on the future while dwelling on the past, while finding
extremely difficult to be in the present, but while I fantasize about what
could be, those are not necessarily things I wish for. In fact, some are things
I don’t want to happen at all.
Fantasizing is an escape, but it is
also a way to experience parallel realities, to test limits, imagine how I
would react to different scenarios, process emotions and experiences, reflect
about life’s meaning and my purpose in this world. The good thing about having
a wild imagination is that, one, you come up with so many scenarios, that you
don’t get attached to any in particular and two, some of them are so
unrealistic that you don’t really expect them to become true anyway. To it
allows you to low off some steam, it allows you to expel some energy and
frustrations and fears, but it doesn’t set up expectations so high that make
anything else unpleasant.
So what this experience has taught me, both being asked
about my wishes and trying to fill in that notebook, is that I don’t really
have many wishes, at least not concrete ones. I’m open to many experiences, I
hope I get to keep on traveling and cross my path with inspiring people, just
like I hope I keep growing and finding my place in the world, but I don’t have
a detailed idea on what that means, what that looks like. I don’t wish to go
here or there, because what I really want is to go everywhere. I don’t want to
meet a particular person or group of people, because there are so many that are
worth knowing. Everyday I discover news things I want to grow at, and when it
comes to my place in the world… more and more I’m finding it’s about the
journey.
So other than the obvious, health and peace for everyone
(which I know is already asking a lot, but not in my control), I don’t really
wish for anything. I’ll take what it comes and try to make the best of it.
Pede um desejo
Fiz anos recentemente, e foi-me perguntado, repetidamente, que desejos
tinha para o próximo ano. Quando respondi não ter nenhum desejo em particular
as pessoas não acreditaram, acharam que estava a ser misteriosa ou a querer guardar
segredo.
Há uns dias recebi um presente, um bonito caderno intitulado “100 coisas
que quero alcançar, criar, aprender, partilhar, melhorar, ver, defender,
experienciar, organizar”, a premissa é escrever 10 coisas para cada categoria,
mas é mais difícil do que parece!
Eu vivo na constante luta entre viver focada no futuro, com a nostalgia do
passado… É-me muito difícil viver no presente, mas apesar de fantasiar muito,
as minhas fantasias não são necessariamente desejos, aliás algumas não são
sequer coisas que quero que aconteçam.
A fantasia é um escape, mas também é uma forma de experienciar realidades
paralelas, de testar limites, imaginar como reagiríamos em cenários
alternativos, de processar emoções e experiências, reflectir sobre o
significado da vida e o nosso propósito no mundo. A vantagem de ter uma
imaginação fértil é que, por um lado, inventamos tantos cenários, que não
ficamos vinculados a nenhum em particular, e por outro, alguns desses cenários
são tão irrealistas que jamais esperamos que se tornem realidade. Isso permite
libertar alguma pressão, expelir energias, frustrações e medos sem, no entanto,
criarmos expectativas demasiado altas ou inatingíveis.
Esta experiência, de ser questionada sobre os meus desejos e de tentar preencher
aquele caderno fez-me perceber que não tenho mesmo grandes desejos, pelo menos
nada que seja concreto. Estou aberta a muitas experiências, espero poder
continuar a viajar e a cruzar o meu caminho com pessoas inspiradoras, tal como
espero continuar a crescer e a encontrar o meu espaço no mundo, mas não tenho a
mais vaga ideia do que isso significa. Não desejo ir aqui, ou ali, porque na
verdade quero ir a todo o lado. Não desejo conhecer uma pessoa ou grupo de
pessoas em particular, porque há tantas que vale a pena conhecer. Todos os dias
descubro coisas novas que quero aprender, e no que diz respeito ao meu lugar no
mundo… cada vez mais me convenço que o que importa é o caminho.
Por isso, tirando as óbvias, paz e saúde para todos (que já é um desejo
enorme, mas que não depende de mim), não desejo nada. Aceito o que vier, e tentarei
tirar partido da melhor forma.
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