Note: Portuguese version below.
Growing I was always terrified of being
ungrateful. I always knew I had it easier than a lot other people, but there were
periods in my life I did struggle to focus on the good things.
I’m always trying to be 10 steps ahead, I’m
always waiting for the other shoe to drop, I’m always trying to be perfect, to
have everything under control, to reach higher and further, and along the way
that perfectionism starts to cloud your judgment.
I always valued the good experiences in my
life, the people that in the most unpredictable ways found their way into my
life, and my heart, but I didn’t always handle it so gracefully went things
came to an end before I was ready for it.
If people would leave my life before I was
ready, I’d get angry, hurt, confused, I’d blame myself, and in what I thought
was a self-preservation move, I’d try to diminish what I’d once felt for them,
what they’d once meant to me.
I acted similar when it came to life
experiences, I’d either get too attached to the past, unable to move on because
I was constantly comparing what was new with what I had before, never really
allowing myself to be fully open to a new start, or, once again, I’d diminish
it’s importance so I could free myself from it.
It was only with time, that I slowly learned we
can (and should) be grateful for something that we had, be extremely proud and
fond of what happened and still move on to new and better experiences. It was
only later in life that I realised that even the rough moments had led me to
new learning, even if people might have left me or even disappoint me, I could
still appreciate what we had lived together, I could still learn from those
experiences. And not the way that a lot of people do, in the “I gave that person
a chance and they let me down, so I’ve learned my lesson, and I will be more
guarded from now on” way, because I don’t want to harden myself, I don’t want
to walk around angry.
With time, I understood that even for myself
preservation, it is much better to focus on the good, because when we do focus
on it, there really is so much to be grateful for.
This year has been a weird one to say the least.
It has been tough to lots of people, and obviously we all want things to back
to “normal” as soon as possible, but personally it hasn’t been a wasted year. Month
after month I have been able to see how much I have to be grateful for.
I’m grateful to have family and friends who
despite physical distance make their presence felt. I’m grateful to have
friends whose embrace is so warm and kind that social distancing from them is
really hard. I’m grateful I’ve had some
time to rest my mind, try new hobbies and shift some important mindsets. I’m
grateful I found some truly inspirational people during this time, people who
motivate me to be better, try harder and even, as hard as it is, believe in
myself. I’m grateful to be starting a new job, with all of the challenges that that
brings, to have a team who supports me and has so much to teach me. And last,
but not least, I’m grateful that throughout this mess, I’ve not only been able
to keep my mental sanity, but even I dare say it, improve it!
21 de Setembro: Dia Mundial da Gratitude
Sempre tive um medo tremendo de ser ingrata. Sempre tive noção que,
comparativamente com muitas pessoas, levava uma vida livre de grandes preocupações,
mas houve períodos que tive dificuldade em me focar nas coisas boas da vida.
Tento sempre estar 10 passos mais à frente, estou sempre à espera que algo
de mau aconteça, estou sempre a tentar ser perfeita, ter tudo sob controlo,
chegar mais alto e mais longe, e ao longo do tempo esse perfecionismo acaba por
toldar o nosso julgamento.
Sempre valorizei as boas experiências que tive na vida, as pessoas que das formas
mais improváveis foram surgindo na minha vida e no meu coração, mas nem sempre
fui tão graciosa quando as coisas terminavam antes de eu estar preparada para
isso.
Quando as pessoas desapareciam da minha vida (por uma razão ou por outra),
ficava magoada, zangada, confusa, culpava-me, e no que eu achava ser uma ação de
autopreservação, tentava diminuir o que tinha sentido por elas, o que tinham significado
para mim.
Fazia o mesmo com as experiências de vida. Ou ficava demasiado agarrada ao
passado, incapaz de seguir em frente porque estava constantemente a estabelecer
comparações, nunca me permitindo estar realmente disponível para um novo
começo, ou, mais uma vez tentava reduzir a sua importância, para me conseguir
ver livre desse peso.
Foi só com o tempo que aos poucos fui aprendendo que podemos (e devemos) ser gratos pelas coisas que tivemos, ter um orgulho e um carinho desmedido por tudo o que vivemos, e ainda assim seguir em frente para novas e melhores experiências. Só mais tarde percebi que mesmo os momentos difíceis me levaram a novas aprendizagens, que só porque alguém me deixou ou até me desiludiu, isso não quer dizer que não possa dar valor ao que vivemos, aprender com isso. E não no sentido que muitas vezes as pessoas fazem, não no sentido de “dei uma oportunidade àquela pessoa e ela desiludiu-me, por isso aprendi a minha lição, e nunca mais vou dar oportunidades a ninguém”, porque não me quero endurecer, não quero andar neste mundo zangada.
Com o tempo percebi que até para a minha autopreservação é muito melhor
focar-me no positivo, e a verdade é que quando o fazemos, há realmente tanto
para estarmos gratos.
Este ano tem sido estranho (sim, é um eufemismo). Tem sido difícil para
muitas pessoas, e obviamente queremos todos que isto passe depressa, mas
pessoalmente não tem sido um ano desperdiçado. Mês após mês tenho feito essa
reflexão e percebido o quanto tenho para estar grata.
Sou grata por ter família e amigos que apesar da distância física fazem sentir
a sua presença. Grata por ter amigos cujo o abraço é tão quente e reconfortante
que torna manter a distância social um verdadeiro desafio. Grata por ter tido
tempo para descansar e reorganizar a minha mente, tentar novos hobbies e mudar alguns
pontos estratégicos da minha mentalidade. Estou grata por ter encontrado,
durante este período, pessoas verdadeiramente inspiradoras, que me motivam a
ser melhor, a esforçar-me mais, a ser mais forte e até, por incrível que
pareça, a acreditar em mim mesma. Estou grata por estar a começar um trabalho
novo, com todos os desafios que isso implica, e por ter uma equipa que me apoia
e que tem tanto para me ensinar. E por fim, mas não menos importante, estou
grata por, nestes tempos atribulados, não só ter conseguido manter a minha sanidade
mental, mas até, atrevo-me a dizê-lo, melhorá-la!
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